ATA DA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 08-3-2004.
Aos oito dias do mês de março de dois mil e quatro,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana,
Cassiá Carpes, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Aldacir Oliboni, Antônio Prestes, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Dr. Goulart,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion,
Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a existência de
quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram
encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, o Pedido de Providências nº 375/04
(Processo nº 1135/04); pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Pedidos de
Providências nos 266, 267, 268, 269, 270, 271, 272, 273, 274, 275, 276, 277,
278, 279, 280, 281, 292, 293, 294, 295, 296, 297, 298, 299 e 300/04 (Processos
nos 0907, 0908, 0909, 0910, 0911, 0912, 0913, 0914, 0915, 0916, 0917, 0918,
0919, 0920, 0921, 0922, 0951, 0952, 0953, 0954, 0955, 0956, 0957, 0958 e
0959/04, respectivamente); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 002/04 (Processo nº 0942/04); pelo Vereador
Ervino Besson, o Projeto de Lei do Legislativo nº 045/04 (Processo nº 1109/04);
pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 354, 355, 356,
357, 358, 359, 360, 361, 362, 363, 364, 365, 366, 367, 368, 369, 370, 371, 372,
373, 374, 408, 409, 410, 411, 412, 413, 414, 415 e 416/04 (Processos nos 1110,
1111, 1112, 1113, 1114, 1115, 1116, 1117, 1118, 1119, 1120, 1121, 1122, 1123,
1124, 1126, 1127, 1128, 1129, 1130, 1134, 1201, 1202, 1203, 1204, 1205, 1206,
1207, 1208 e 1209/04, respectivamente). Também, foram apregoados Requerimentos
de autoria do Vereador Ervino Besson, deferidos pela Senhora Presidenta,
solicitando o desarquivamento dos Projetos de Resolução nos 103 e 109/03
(Processos nos 5940 e 6041/03, respectivamente), dos Projetos de Lei do
Legislativo nos 326, 374, 416 e 451/03 (Processos nos 4363, 5039, 5560 e
6264/03, respectivamente) e do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
007/03 (Processo nº 2123/03). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 101, 102 e
110/04, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 1264, 2237, 2429, 2470,
2598 e 2832/04, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na oportunidade, o Vereador Ervino
Besson manifestou-se sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 045/04 (Processo
nº 1109/04), apregoado pela Mesa. Após, a Senhora Presidenta registrou a
presença das Senhoras Helena Bonumá e Maria Elaine Rodrigues, respectivamente
Secretária Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana e Presidenta do
Conselho Municipal dos Direitos Humanos, convidando Suas Senhorias a integrarem
a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, às Senhoras
Silvana Brazeiro Conti e Vera Iob, representantes do Fórum de Lésbicas, Gays,
Bissexuais e Transgêneros de Porto Alegre, que discorreram a respeito da
necessidade de apoio à Resolução Brasileira sobre Direitos Humanos e Orientação
Sexual, historiando personagens femininas que, ao longo da história mundial,
foram vítimas de preconceito e violência. Também, reportaram-se ao Seminário
Nacional de Lésbicas, realizado do dia dezoito ao dia vinte e dois de junho do
corrente, na cidade de São Paulo – SP, e leram texto denominado Moção de Apoio
a Resolução Brasileira sobre Direitos Humanos e Orientação Sexual. Na ocasião,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Clênia Maranhão, Carlos Alberto
Garcia, Haroldo de Souza, Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Cassiá Carpes, Ervino
Besson, Beto Moesch e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Após, o Vereador Renato Guimarães formulou Requerimento
verbal, solicitando que a Mesa Diretora encaminhe a Moção de Apoio a Resolução
Brasileira sobre Direitos Humanos e Orientação Sexual em nome de todos os
Vereadores da Casa para a sexagésima sessão da Comissão de Direitos Humanos das
Nações Unidas, a ser realizada em março do corrente, em Genebra, na Suíça. Às
quatorze horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e sete minutos, constatada
a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia Maranhão referiu-se
ao Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, destacando a luta travada pela
sociedade brasileira nos últimos anos à procura da sensibilização para a
garantia dos direitos femininos. Também, noticiou debate realizado nesta Casa,
nesta semana, promovido pela TV Câmara, sobre as mulheres, lembrando que somente
no século vinte as mulheres puderam votar, ocupar cargos públicos e ter destaque
no mundo empresarial. Na ocasião, o Vereador Wilton Araújo comunicou que a
Vereadora Clênia Maranhão assumirá o cargo de Líder da Bancada do PPS, a partir
de hoje, tendo a Senhora Presidenta determinado que essa comunicação fosse
formalizada por escrito. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste lembrou
tragédia ocorrida em Nova York, no dia oito de março de mil oitocentos e cinqüenta
e sete, na qual morreram cento e vinte e nove mulheres em um incêndio de
fábrica, criticando enfoque dado pela imprensa sobre o episódio. Ainda, discorreu
sobre o Dia Internacional da Mulher, destacando a importância da busca pela
igualdade entre homens e mulheres. O Vereador Ervino Besson salientou
qualidades importantes presentes nas mulheres, chamando a atenção para o fato
de o sexo feminino ser considerado símbolo da fonte de vida. Em relação ao
assunto, teceu considerações a respeito do Dia Internacional da Mulher,
comemorado no dia oito de março, homenageando sua mãe, falecida com trinta e
seis anos de idade. A Vereadora Maristela Maffei anunciou a realização de
manifestação em Brasília – DF, em prol da reivindicação dos direitos das
donas-de-casa, noticiando a mobilização, realizada hoje no Município de Porto
Alegre, para alertar a sociedade sobre a importância de aposentadoria para
mulheres que trabalham somente em casa. Ainda, discorreu acerca da necessidade
de inclusão das donas-de-casa como beneficiadas da Previdência Social, lembrando
o transcurso do Dia Internacional da Mulher. O Vereador Dr. Goulart reportou-se
ao Dia Internacional da Mulher, mencionando sua atividade como médico e a
importância da assistência clínica às mulheres. Nesse contexto, comentou
convênios entre o Executivo Municipal de Porto Alegre e hospitais da Cidade,
contestando diretrizes desses acordos, as quais, segundo sua Excelência, não
chegaram à Comissão de Saúde e Meio Ambiente deste Legislativo. O Vereador
Haroldo de Souza acusou recebimento de reivindicação de moradores do Bairro
Teresópolis em relação à apreensão de frutas por fiscais da Secretaria Municipal
da Produção, Indústria e Comércio - SMIC - que estavam sendo vendidas na rua,
questionando a ilegalidade da venda de frutas em esquinas de Porto Alegre.
Também, reportou-se ao aumento da tarifa de água no Município e aos critérios
que embasaram esse reajuste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion
leu texto sobre a origem do Dia Internacional da Mulher, debatendo a tragédia
ocorrida com funcionárias de uma fábrica norte-americana. Ainda, mencionou
dados da Organização das Nações Unidas - ONU - sobre o trabalho feminino,
debatendo estatísticas sobre as mulheres no Brasil, as quais indicam que elas
recebem salários inferiores aos dos homens. Finalizando, reproduziu poesia do
Senhor Luís Sepúlveda, denominada “As Mulheres da Minha Geração”. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nos
036/04 e 121/03, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 480 e 481/03, discutidos pelo Vereador Carlos Aberto
Garcia, 015/04, este discutido pelo Vereador Zé Valdir, 478 e 479/03, 012, 016,
019, 020 e 022/04; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 038/02, 011, 016,
017, 018, 024, 029, 030, 034, 035 e 010/04, este discutido pelo Vereador Zé
Valdir, os Projetos de Lei do Legislativo nos 021, 030 e 032/04, esse discutido
pelo Vereador Zé Valdir; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos
244/03, 009, 010 e 014/04, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n°
015/03, os Projetos de Resolução nos 001, 007, 009, 026, 033, 037, 043, 044,
045, 046, 047 e 049/04, os Projetos de Lei do Executivo nos 004, 005 e 006/04.
Na ocasião, os Vereadores João Antonio Dib e Renato Guimarães manifestaram-se
durante o período de Pauta. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz
justificou o fato de não ter se manifestado no período de Tribuna Popular desta
Sessão, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Também, contestou a
possibilidade do Exército Brasileiro enviar militares para participar da Missão
de Manutenção da Paz no Haiti, a convite da Organização das Nações Unidas -
ONU, alegando ser desnecessário o envolvimento de jovens militares nos conflitos
existentes naquele país. O Vereador Cassiá Carpes parabenizou as mulheres pelo
transcurso do Dia Internacional da Mulher, destacando o aumento da participação
do sexo feminino na política ao longo dos anos. Ainda, comentou a retirada de
sua pré-candidatura às eleições para o cargo de Prefeito Municipal de Porto
Alegre, reafirmando sua posição contrária à possível coligação entre o Partido
Trabalhista Brasileiro e o Partido dos Trabalhadores no Município. A seguir,
foi apregoado Requerimento do Vereador Almerindo Filho, solicitando Licença
para Tratamento de Saúde, no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Haroldo de Souza comentou entrevista realizada com o Senhor José Dirceu,
Ministro de Estado, publicada na revista Veja do dia dez de março do corrente,
criticando a posição do Ministro em manter-se no cargo. Em relação ao assunto,
chamou a atenção para a necessidade de regulamentação dos jogos e casa de bingo
no País, desaprovando a Medida Provisória nº 168/04, a qual proíbe a exploração
de todas as modalidades de jogos de bingo e jogos em máquinas eletrônicas. A
seguir, face Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Reginaldo Pujol, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da Licença para Tratamento de
Saúde solicitada pelo Vereador Almerindo Filho. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Isaac Ainhorn saudou o transcurso, hoje, do Dia Internacional da
Mulher, destacando que o programa ideológico do Partido Democrático Trabalhista
prioriza a defesa dos direitos da mulher. Ainda, cumprimentou o Vereador Cassiá
Carpes pelas posições assumidas por Sua Excelência, de contestação ao Governo
Federal, criticando a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente da
Presidência da República. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a
presença do ex-Vereador Jaques Machado. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Darci Campani comentou denúncias do Deputado Estadual Frei Sérgio Görgen, sobre
irregularidades em contratos de trabalho de funcionários de fazendas de
propriedade do Senhor Alfredo William Southall, localizadas no Município de São
Gabriel - RS. Também, manifestou-se acerca do Governo Municipal, principalmente
quanto à automatização da coleta de lixo, à balneabilidade do Lago Guaíba e ao
Projeto Ponta da Cadeia. O Vereador João Carlos Nedel parabenizou as mulheres
pelo Dia Internacional da Mulher. Ainda, contestou o trabalho do Partido dos
Trabalhadores junto aos Governos Federal e Municipal, declarou que o Executivo
Municipal autorizará aumento nas tarifas do transporte coletivo em Porto Alegre
e ressaltou que a imprensa, hoje, está divulgando novas denúncias contra o
Senhor Waldomiro Diniz e o Senhor José Dirceu, Ministro da Casa Civil da
Presidência da República. O Vereador Carlos Alberto Garcia analisou o Projeto
de Resolução nº 015/03, de sua autoria, que institui o Prêmio Mulher em Ação,
lembrando que essa iniciativa objetiva homenagear mulheres que se destacaram na
sociedade porto-alegrense nas áreas de educação, saúde, direitos humanos,
política e na ação comunitária. Finalizando, esclareceu que a indicação dos
nomes a serem contemplados será encaminhada à Casa pelo Conselho Municipal dos
Direitos da Mulher. O Vereador Reginaldo Pujol discorreu sobre a atual
conjuntura brasileira, mencionando questões relacionadas aos planos de saúde
particulares existentes no País. Também, lamentou posições assumidas pelo
Partido dos Trabalhadores frente a denúncias de recebimento de propina por
ex-Assessor do Governo Federal, questionando a edição da Medida Provisória nº
168/04 e a permanência do Senhor José Dirceu como Ministro da Casa Civil da
Presidência da República. Em continuidade, o Vereador Reginaldo Pujol
manifestou-se, informando que o Vereador Almerindo Filho, em Licença para
Tratamento de Saúde, será substituído pelo Suplente Antônio Prestes. Após, face
à Licença para Tratamento de Saúde do Vereador Almerindo Filho, no dia de hoje,
anteriormente apregoada, a Senhora Presidenta declarou empossado na vereança o
Suplente Antônio Prestes, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Saúde e Meio Ambiente. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo
Vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do PFL, informando o impedimento dos
Suplentes Mario Paulo, Wilson Santos, Luiz Negrinho e Profª Marili em assumirem
a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Almerindo Filho. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em
Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 019/01,
considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por dezoito votos SIM e
nove votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Cassiá Carpes,
Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Elói Guimarães, Darci Campani, João Antonio Dib e
Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Antônio
Prestes, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo e Não os Vereadores Aldacir
Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Zé Valdir. Após, face Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Isaac Ainhorn, a Senhora Presidenta prestou
esclarecimentos acerca dos prazos regimentais para apreciação do Projeto de Lei
do Legislativo n° 059/03, com Veto Total. Em Discussão Geral e Votação Nominal,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 059/03, com Veto Total, o qual foi
discutido pelos Vereadores Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Darci Campani,
Antônio Prestes, Elói Guimarães, Zé Valdir e Juarez Pinheiro, tendo a Senhora
Presidenta declarado encerrado o período de discussão desse Projeto. Durante a
apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 059/03, os Vereadores Luiz Braz
e Maria Celeste cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos
Vereadores Cláudio Sebenelo e Darci Campani. Ainda, o Vereador Sebastião Melo
formulou Requerimento verbal, solicitando seja diligenciado junto ao Poder
Executivo, para que seja enviado, a esta Casa, o cálculo atuarial referente ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, tendo o Vereador Juarez
Pinheiro manifestado-se, informando que os cálculos solicitados pelo Vereador
Sebastião Melo já foram encaminhados a este Legislativo. Às dezoito horas e
vinte e um minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores Elói Guimarães e
Luiz Braz e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Ervino Besson.
Do que eu, João Carlos Nedel, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pela Senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra.
O SR. ERVINO BESSON: Para auxiliar o meu colega 1º Secretário,
Ver. João Carlos Nedel: não foi desarquivado o Projeto do Título de Cidadão de
Porto Alegre para o Dr. Roberto Vieira da Silva, e sim, hoje, foi apregoado
este Projeto. Obrigado.
A
SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos
à
As
Sras Silvana Brazeiro Conti e Vera Iob, representando o Fórum de
Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros de Porto Alegre, estão com a palavra
para tratar de assunto relativo ao apoio à Resolução Brasileira Sobre Direitos
Humanos e Orientação Sexual, pelo tempo regimental de 10 minutos, sendo 5
minutos para cada uma das oradoras.
A SRA. SILVANA BRAZEIRO CONTI: Boa-tarde a todas e todos. Eu gostaria de
fazer uma saudação a nossa Presidenta, Margarete Moraes, saudando assim a todas
e a todos os presentes nesta tarde. Gostaria também de fazer uma saudação muito
especial, no dia de hoje, a todas as mulheres, a todas as mulheres que sofrem
violência, que são oprimidas e discriminadas. Dentre estas, estão as que são
mais oprimidas e discriminadas: as negras, pobres, que, se forem lésbicas, sofrem
uma tripla discriminação.
Gostaria
também de fazer uma saudação a Safo, que, em 640, a.C., teve sua obra queimada
por assumir amar outras mulheres. Gostaria também de saudar Felipa de Souza,
que, no século XVI, foi denunciada por práticas diabólicas. Essas práticas
consideradas diabólicas eram amar outras mulheres. Por isso, foi açoitada,
exilada e morta.
Nós,
mulheres lésbicas, estamos construindo nossa história juntamente com vários
movimentos de mulheres. Após o nosso Seminário Nacional de Lésbicas, estamos
caminhando junto com a Marcha Mundial de Mulheres, com o 14º Encontro Nacional
Feminista e ocupamos a cadeira de 2ª Vice no Conselho Municipal dos Direitos da
Mulher. No momento, estão tramitando, aqui na Câmara, três Projetos de Lei,
referentes à nossa questão da livre orientação sexual. O Projeto da educação
anti-racista e antidiscriminatória, que institui na rede municipal de ensino
público, em todos os níveis de ensino, o conteúdo das questões de raça, etnia e
gênero, em 2003, introduz a orientação sexual. Temos o Projeto da visibilidade
lésbica. Já temos este Projeto instituído em nível nacional, considerando o dia
29 de agosto o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, e, neste momento, aqui na
Câmara, a questão do Dia Municipal da Visibilidade Lésbica.
Temos,
também, na Ordem do Dia desta Casa, o Projeto da Frente Parlamentar pela Livre
Expressão Sexual. Nós, do Movimento LGBT, estamos, neste momento, solicitando o
apoio a todas as Bancadas para que a gente consiga, realmente, instituir essa
frente parlamentar, para que nós possamos estar criando e apoiando todos os
tipos de projetos que tenham a ver com a livre orientação e expressão sexual.
Nesse
sentido, o Fórum Municipal de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros, vem a
esta Casa do Povo, porque a Casa do Povo é considerada de todas e de todos,
então, com certeza vai acolher bem essa nossa Moção de Apoio à Resolução
Brasileira Sobre Direitos Humanos e Orientação Sexual. Estamos, neste dia,
entregando formalmente uma cópia da Moção para a Presidenta, que também faz
parte dessa Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual, e também para a
Verª Maria Celeste e os Vereadores Renato Guimarães e Carlos Garcia e para
todos e todas que queiram estar nos apoiando nesta Moção.
Afirmamos que a orientação sexual é um direito humano e
temos a certeza de que contaremos com o apoio de todas as Bancadas, além das
que já fazem parte da Frente Parlamentar pela Livre Expressão Sexual.
Vou
fazer, brevemente, a leitura da Moção (Lê.): “Moção de Apoio à Resolução. Na
última sessão da Comissão de Direitos Humanos, da ONU, o Brasil propôs uma
resolução sobre ‘direitos humanos e orientação sexual’ a qual afirma que a
diversidade sexual é parte integrante dos direitos humanos universais, tal como
refletidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Como conseqüência, 53
nações estarão presentes em Genebra, em março próximo, para discutir,
argumentar e votar, e depois declarar publicamente se acreditam que a
orientação sexual é um direito humano ou não. Ciente disso, o Fórum Municipal
de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros de Porto Alegre, instância que
congrega entidades de defesa aos direitos LGBT de Porto Alegre, manifesta seu
total e irrestrito apoio a tal resolução, uma vez que a mesma eleva a livre orientação
e expressão sexual à condição de direito humano, enviando sinal explícito para
a comunidade internacional de que tratar lésbicas, gays, bissexuais e
transgêneros como criminosos ou ainda cidadãs e cidadãos de segunda classe é
desumano e imoral.
Destaca-se
ainda que a Resolução apresentada pelo Brasil, se aprovada, elevará o nome do
mesmo no cenário internacional à condição de nação preocupada com a
implementação e o avanço dos direito humanos no mundo e com a construção de uma
sociedade livre e democrática.
Assim,
considerando os fatos acima, o Fórum Municipal de LGBT de Porto Alegre solicita
apoio desta instância para a aprovação da Resolução brasileira sobre a inclusão
do termo Orientação Sexual nos Direitos Humanos, da ONU, que será analisada
entre os meses de março e abril de 2004, em Genebra”.
Após,
então, eu vou entregar este documento para a nossa Presidenta e para os
Vereadores e Vereadoras.
(Não
revisto pela oradora.)
Diante
da leitura da companheira Silvana, com relação ao pedido de apoio à Resolução,
eu gostaria de pedir que esta Casa se sensibilizasse com esta matéria e que
remetesse realmente esta Moção de Apoio ao Governo Federal, porque, querendo ou
não, o mundo homossexual existe, e, mesmo que no nosso mundo construam mais e
mais armários, jamais conseguirão colocar todos os gays, todas as lésbicas e todos os transexuais dentro desses
armários. Nós não aceitamos mais essa condição de minoria, não somos minoria,
muito antes pelo contrário, mas somos, sim, ainda discriminados. E é contra
essa discriminação e esse preconceito que nós hoje aqui recorremos à sensibilidade
desta Casa que, como Casa do Povo de Porto Alegre, tem, sim, a obrigação de
abrigar todos os segmentos da sociedade que se sintam discriminados ou
excluídos, até porque, dentro das nossas conquistas, nós tivemos um caso
inegável e escancarado em todo o País, que foi o caso da morte da cantora
Cássia Eller, em que a Justiça cedeu à sua companheira a guarda de seu filho.
E
eu também gostaria de salientar aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras para que
prestassem atenção que a família brasileira vive um momento de transição. Hoje
nós temos, sim, filhos sendo criados em ambientes gays e ambientes de lésbicas e nem por isso eles estão fadados a
terem má-educação ou os chamados maus exemplos, porque esses, querendo ou não,
também existem nas famílias hétero. E nós, como lésbicas e gays, não questionamos a educação dos filhos de famílias hétero.
Portanto,
estamos aqui, sim, para pedir apoio a esta Resolução, e não estamos pedindo
para sermos aceitos. Simplesmente, nós exigimos o respeito que qualquer ser
humano deve ter. De acordo com a nossa Carta Magna Nacional, todo e qualquer
ser humano precisa de respeito e de direitos humanos. E o direito sexual,
queiramos ou não, é um direito humano, e é fundamental para a sanidade física e
mental do ser humano.
É
com este espírito que eu faço este apelo a esta Casa. Quando nós temos qualquer
Parlamentar em campanha eleitoral, eu sou militante, trabalho em campanhas
eleitorais, nunca vi um Parlamentar bater numa casa ou numa vila e perguntar se
aquele eleitor é gay ou lésbica? Não.
O voto é pessoal, e somos pessoas, somos seres humanos, cumprimos com a nossa
obrigação, pagamos os nossos impostos e votamos em todas as eleições. Então,
mais uma vez, eu faço esse apelo com relação ao apoio à Resolução nacional.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu quero convidar a Srª Vera Iob para
compor a Mesa, ao mesmo tempo quero registrar e agradecer a presença da
Secretária Helena Bonumá, dos Direitos Humanos e Segurança Urbana; e da Maria
Elaine Rodrigues, que é Presidente do Conselho Municipal de Direitos Humanos.
Por favor, sintam-se à vontade e sejam bem-vindas.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, acho extremamente oportuna a presença, nesta Casa,
do Fórum de Lésbicas, Gays,
Bissexuais e Transgêneros de Porto Alegre, no dia 8 de março, porque é um dia
em que a sociedade se volta para a discussão do processo civilizatório, o fim
da intolerância, a questão da igualdade, o fim do preconceito e da
discriminação. Eu acho que a posição brasileira perante as Nações Unidas teve o
significado de um marco de um País extremamente importante no cenário internacional,
o que pode dar uma enorme contribuição à luta contra o preconceito e a
discriminação. Seguramente, esta Casa vai se solidarizar com a Resolução a
respeito dos Direitos Humanos e orientação sexual.
E
outro fato que eu acho que é relevante, que eu queria destacar neste momento,
que é importante na luta pela tolerância, na luta contra a desigualdade, contra
a violência, contra a discriminação, pelo direito de livre manifestação de
todas as mulheres e homens deste País, é a medida do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul que permitiu pessoas do mesmo sexo registrarem suas
relações em cartório. Isso colocou o Judiciário gaúcho em uma posição de
vanguarda no cenário nacional. Eu acho que nós temos de, neste dia, resgatar
essas lutas como espaços legítimos de reivindicação pelo fim da intolerância,
pela garantia da diversidade.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezada Presidenta, prezada Secretária
Helena Bonumá, prezada Srª Maria Elaine Rodrigues, dos Direitos Humanos,
prezadas Silvana Brazeiro Conti e Vera Iob, do Fórum de Lésbicas, Gays, Bissexuais, e Transgêneros de
Porto Alegre; acho importante, cada vez que vocês vêm a esta Casa, ocuparem e
demarcarem espaço. Eu acho que as conquistas se fazem desta forma. Quando vêm
pedir o apoio a essa Resolução da ONU, acho importante que esta Casa se
pronuncie, porque, como a própria companheira Vera falou, aqui é a Casa do
Povo, e a Casa do Povo tem de se pronunciar dizendo sim ou não. Mas tenho a
plena convicção de que esta Casa vai dizer sim.
Estamos
vivendo, realmente, tempos novos no nosso País e no mundo. É um momento em que
as coisas estão aparecendo. Acho que os armários,
de que a Vera falou, estão sendo abertos, e é por isso que, no ano passado,
criamos esse Fórum Parlamentar de Livre Orientação e Expressão Sexual.
Sabemos
que cada dia, cada momento é o momento de nos manifestarmos e dizer sim.
Por
isso, em nome do Partido Socialista, queremos parabenizá-los e, ao mesmo tempo,
já de antemão, dar o apoio total e irrestrito a esta Resolução e à Moção que
aqui será deferida. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Margarete Moraes, Srª
Silvana Brazeiro Conti, Vera Iob, Helena Bonumá, querida amiga aqui presente.
(Lê.):
“Somos
Tantas
Estamos
em todos os lugares,/Mas poucas pessoas querem nos ver.
Somos
negras, brancas, mestiças;/Somos altas, magras, roliças.
Somos
jovens, adultas, idosas,/Mulheres comuns, famosas,/ Atéias, cristãs,
religiosas.
Somos
trabalhadoras do lar, da rua./Somos filhas, mães, avós da lua.
Somos
tristes, alegres, sonhadoras./Somos Lésbicas, batalhadoras.
Existimos,
estamos no mundo./Vê quem quer enxergar.../ Escuta quem quer ouvir”.
O
PMDB enxerga todas vocês, sim, e estamos com vocês lado a lado nas suas
reivindicações, no apoio ao trabalho, à resolução brasileira sobre Direitos
Humanos e orientação sexual. Contem conosco! Obrigado
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Srª Maria Celeste está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, uma
saudação especial, nesta tribuna, num dia muito especial para nós, 8 de março,
ao Fórum de Lésbicas, Gays,
Bissexuais e Transgêneros de Porto Alegre, às companheiras Silvana e Vera, é
muito legal poder recebê-las aqui, na Casa do Povo, na Tribuna Popular, que
traz um tema demarcatório, importante, nesta Casa, que é essencialmente
masculina pela sua composição, como se vê, com relação à questão numérica, mas
que tem feito um grande desafio de poder estar levando questões como a questão
dos Direitos Humanos, como a questão do respeito às diferenças.
Com
certeza, todas as Bancadas aqui poderão estar-se manifestando, neste momento, e
no momento a seguir, que será o da discussão desta importante Moção de Apoio ao
nosso Governo, à Declaração Universal, para que possa estar refletindo e também
para além disso, da reflexão, para que possamos estar-nos posicionando,
dizendo: a Câmara Municipal de Porto Alegre tem a responsabilidade de dizer se
apóia ou não as diferenças, dizer se apóia ou não o Movimento em Defesa dos
Direitos Humanos.
Eu
quero, aqui, dizer que, para além de apoio e para além da solidariedade
necessária nessa situação, só haverá justiça social quanto a essas questões se
todos nós nos manifestarmos e deixarmos de ter apenas um debate de um Núcleo ou
de um Fórum, como é constituído no Fórum de Gays
e Lésbicas em Porto Alegre. Esta questão tem de transcender, por isso a
importância de vocês estarem aqui hoje, a importância de que se comece esse debate
aqui dentro da Câmara Municipal, que os Vereadores e as Vereadoras possam se
pronunciar a respeito disso, porque não é uma questão de solidariedade, é uma
questão de respeito às diferenças e de defesa dos Direitos Humanos.
A
Bancada do Partido dos Trabalhadores mais uma vez referenda a causa e o nosso
apoio é indiscutível nessa luta e nesse importante debate a ser feito; mais do
que isso, convidamos e convocamos todos os Vereadores desta Casa a se
manifestar numa decisão de aprovação desta Moção importante para nós. Muito
obrigada pela participação de vocês.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente; ilustres representantes
do Fórum de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros de Porto Alegre, Silvana
Brazeiro Conti e Vera Iob; cara colega Helena Bonumá, Secretária Municipal dos
Direitos Humanos; ilustre Presidente do Conselho Municipal dos Direitos
Humanos; Srs. Vereadores, eu acho que em poucos momentos, em raras ocasiões
esta Câmara Municipal teve a oportunidade de afirmar com mais eficiência os
objetivos do artigo 100 da Lei Orgânica do Município, que instalou aqui a
Tribuna Popular, um espaço em que fossem asseguradas as opiniões dos mais
diversos segmentos da comunidade, que, livres de qualquer preconceito, de
qualquer limitação, aqui teriam, como efetivamente têm, a prerrogativa e o
direito de se manifestar pelas suas posições.
Hoje
nós recebemos aqui essa representação que pugna por um apoio à Resolução
brasileira sobre os Direitos Humanos e a orientação sexual.
Tenho
absoluta certeza, pelo respeito com que 18 Vereadores ouviram as manifestações
aqui realizadas, de que não estão plantando em terra árida e de que não faltará
sensibilidade desta Casa nem respeito pela luta que as senhoras estão
desenvolvendo. Pessoalmente, como liberal assumido, não me sinto nem de leve
constrangido em assegurar que, ideologicamente, tenho uma posição favorável à
liberdade, e a liberdade não pode ser restringida a alguns segmentos; ela tem
de ser ampla, geral e irrestrita. Obviamente que eu estou antecipando o meu
apoio e a minha solidariedade à proposição que motiva a vinda dessa
representação aqui na Casa. Sejam sempre bem-vindas e contem sempre com o
respeito e, no meu caso, com a solidariedade às suas proposições. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, quero saudar a nossa
colega Verª Helena Bonumá, quero saudar a todos da Mesa e dizer que as
transformações sociais são naturais. A luta de vocês é para que possam
consolidar... E o Partido Trabalhista Brasileiro sempre foi adiantado no tempo;
desde Getúlio Vargas, que se preocupou com todas as atividades, com todas as
classes sociais, credos, religiões e, portanto, nós estamos solidários e não
devemos, sem dúvida, discriminar; temos de deixar que a nova filosofia de vida
de cada um, e a sociedade, possam evoluir naturalmente, sem nenhuma
discriminação, e portanto o nosso Partido não foge àquilo que, de regra, a
sociedade requer, que são as mudanças, as transformações sociais e culturais,
enfim.
Parabéns,
continuem nessa luta, pois este é o objetivo desta Casa: apoiar todas as
reivindicações da sociedade. Obrigado pela presença.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes;
minha cara amiga Helena Bonumá, Presidente do Conselho de Direitos Humanos, eu
queria, em nome da Bancada do PDT, saudar as senhoras Silvana Brazeiro Conti e
Vera Iob e dizer que a vida social de cada um deve ser respeitada. A maior
dignidade do ser humano é o respeito mútuo, porque a nossa passagem aqui é
extremamente curta e nada melhor do que as pessoas se respeitarem. Cada um
escolhe o seu modo de vida, aquilo que achar por bem e levar uma vida
tranqüila, uma vida que venha satisfazer a cada um. Desde quando os seres
humanos foram criados – e está claro, para todas as religiões –, todos devem
ser respeitados. A escolha de cada um, como já disse, deve ser respeitada. Fica
aqui, em nome da Bancada do PDT, o nosso abraço à Srª Silvana Brazeiro Conti e
à Srª Vera Iob pela luta. Parabéns a vocês!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Nós gostaríamos de externar, pelo Partido
Progressista, que toda atividade humana, todo o estilo de vida, seja qual for
que respeite a liberdade dos outros, deve ser respeitada. Por isso, nós damos o
total apoio à Resolução Brasileira sobre direitos humanos e orientação sexual,
e, no que depender da nossa Bancada, nós estaremos, com certeza, ao lado para
que essa Resolução se frutifique.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação à Srª
Silvana Brazeiro Conti; à Srª Vera Iob; à nossa Secretária Helena Bonumá;
lideranças femininas aqui presentes e dizer que o PCdoB é parceiro nesta luta
contra todo tipo de discriminação de gênero, pela luta e pelo reconhecimento da
livre opção sexual e pelos direitos das mulheres e dos homens em todos esses
campos. Essa é uma luta complexa, longa, difícil, mas creio que avanços
importantes estão sendo conseguidos pelo esforço, pela luta e mobilização de
vocês e das entidades que representam. De nossa parte, quero dizer que esta
Casa tem sido sensível, inclusive com projetos que reconhecem esse direito da
livre orientação sexual. Deixo a nossa saudação e a nossa solidariedade à luta
que vocês levam, que é uma luta de todos os que têm essa visão democrática da
nossa realidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Eu gostaria de deixar, em nome da nossa
Bancada, uma solicitação de que a Moção referida na tribuna pela Srª Silvana
Conti e pela Srª Vera Iob possa ser encaminhada pela Mesa da Casa em nome de
todos os Vereadores, para não precisarmos da iniciativa pessoal de um Vereador.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Agradecemos a presença na Tribuna Popular
de todas as entidades que compõem o Fórum de Lésbicas, Gays, Bissexuais e
Transgêneros de Porto Alegre, representadas nas pessoas das Sras
Silvana Brazeiro Conti e Vera Iob, assim como queremos agradecer a presença e o
prestígio da nossa querida Secretária Helena Bonumá e da Srª Maria Elaine
Rodrigues, Presidenta do Conselho Municipal dos Direitos Humanos, neste Dia
Internacional da Mulher. Certamente, pela posição de todas as Bancadas, teremos
facilidade na aprovação coletiva, segundo a Questão de Ordem do Ver. Renato
Guimarães. Sucesso na luta de vocês e agradecemos a presença.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h35min.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes -
14h37min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos
às
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações. Ausente. A Verª
Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Srª Secretária dos
Direitos Humanos que acompanha a Sessão desta tarde, Verª Helena Bonumá, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje é 08 de março, o Dia Internacional da
Mulher. Hoje é o dia em que, no mundo inteiro, as mulheres procuram dar
visibilidade à luta construída nos últimos anos, nas últimas décadas,
procurando a sensibilização do conjunto da sociedade para a compreensão de que
a luta pela garantia dos direitos femininos é uma luta inseparável, indivisível
da luta pelos direitos humanos de todos os cidadãos.
Nós,
nesta semana, tivemos a oportunidade, nesta Casa, de participar de um debate
promovido pela TVCâmara, no qual respondemos a uma pergunta: O que temos para
comemorar neste dia e o que ainda devemos colocar como objeto de luta para as
nossas conquistas?
Eu
achei importante resgatar, aqui, esse debate, porque, realmente, a maior
revolução do século XX construiu a possibilidade, para a maioria da população
do mundo, de dar às mulheres os direitos que hoje já incorporaram no nosso
quotidiano e que, muitas vezes, parece que foram conquistados há muitos e
muitos anos. Porém, apenas no século XX, as mulheres tiveram o direito de votar
e serem votadas; de ocuparem espaços de cargos públicos sem autorização dos
maridos; de serem consideradas cidadãs com autonomia para ocupar os lugares de
destaque no mundo empresarial, sindical e político.
Nós
ainda queremos computar, como conquista desse processo de luta das mulheres, as
legislações que procuram dar visibilidade e garantir o poder das mulheres como
uma forma de fazer levar, ao mundo do poder, as reivindicações históricas das
parcelas mais excluídas da população. Porém, nós devemos, além de comemorar
essas vitórias, essas conquistas, essas garantias dessas facetas fundamentais
dos direitos humanos das mulheres, lembrarmos também que muitas coisas seguem
na pauta de reivindicação das mulheres.
E
os dados apresentados, no dia de ontem, pela imprensa, resultado de uma
pesquisa mundial feita pela Anistia Internacional, é um indicativo da
relevância de nós continuarmos pautando, no dia 08 de março, as lutas
históricas das mulheres.
O
relatório da Anistia Internacional nos mostra que as mulheres são as maiores
vítimas da violência urbana, e que as mulheres são as grandes vítimas da
violência doméstica. Portanto, a luta pela violência se coloca como uma
prioridade política e, fundamentalmente, como uma prioridade de luta do
conjunto da sociedade.
Para concluir, Srª Presidenta, eu queria dizer que, nesta
semana, as Nações Unidas organizam um ato político da maior importância, que é
a reunião da Comissão Nacional de Mulheres. Neste ano, pela primeira vez, a ONU
incorpora o debate sobre a responsabilidade masculina na luta contra a
violência, o preconceito e a discriminação. Eu acho que se avizinham novos
tempos, quando todos compreendem a sua responsabilidade política e social de
garantia de direitos humanos de todos os cidadãos, independente de etnia,
idade, gênero, opção política, ideológica ou religiosa. Esperamos que esse dia
esteja próximo. Portanto, é preciso que antecipemos a alegria de vivenciá-lo.
Mas nada chega sozinho, cada mudança tem de ser fruto da mobilização e da luta
cotidiana de todas as mulheres. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. WILTON ARAÚJO: Srª Presidenta, comunico à Presidência e
à Casa que, a partir desta data, a Bancada do PPS terá como Líder a Verª Clênia
Maranhão. O PPS escolhe exatamente este dia, porque é o dia destinado,
internacionalmente, às mulheres. E o PPS é o único Partido que, na sua
estrutura formal e nos seus estatutos, se diz feminista formalmente; então,
estamos fazendo esta comunicação neste dia.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Nós cumprimentamos a Verª Clênia Maranhão
e solicitamos ao Ver. Wilton Araújo que encaminhe por escrito essa resolução do
seu Partido.
A
Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do
Ver. Darci Campani.
A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, quero, inicialmente, agradecer a cedência desse tempo do Ver. Darci
Campani, membro da nossa Bancada do Partido dos Trabalhadores, e fazer uma
referência, também, à nossa Bancada, que, na sua composição de dez Vereadores
eleitos para esta Casa, 50% também elegeu mulheres e, com muito orgulho, este
ano, indicou para a Presidência desta Casa uma mulher de luta, guerreira, como
a Verª Margarete Moraes. Então, o Partido dos Trabalhadores está também na
vanguarda na luta de defesa dos direitos das nossas mulheres, nas nossas
comunidades, nas mais diversas formas de manifestação.
E
este dia 08 de março - além da Tribuna Popular que nós tivemos aqui, com uma
questão de vanguarda do Fórum de Gays e Lésbicas que estiveram nesta tribuna
trazendo a sua manifestação - nos faz lembrar uma história, a qual, de certa
forma, alguns meios de comunicação, hoje pela manhã, por exemplo, tentaram
romantizar, que foi a morte daquelas 129 mulheres, naquela fábrica, lá nos idos
de 1857, em Nova York. Alguns meios de comunicação, algumas pessoas tentaram
romantizar essa história, dizendo que essas mulheres morreram lá porque se
trancaram e foram queimadas por um acidente. Não é verdade. A história nos
conta - e é necessário que reafirmemos isso todos os dias - que aquelas
mulheres, 129 mulheres naquela fábrica, que lutavam por melhores condições de
vida, por dignidade no seu trabalho, foram executadas, foram assassinadas,
foram mortas - esta é a real história dessas mulheres. E, a partir de então,
todas nós, mulheres irmanadas no mundo, consagramos o dia 08 de março como o
Dia Internacional da Mulher, para que lembrássemos dessa história, não de uma
forma utópica, romântica, mas para que lembrássemos dessa história como um
momento decisivo de necessidade de luta, de reflexão, de trabalho, cada vez
mais na busca pelos direitos humanos.
De
lá para cá, muitos avanços, em termos de direitos individuais, foram
conquistados, mas ainda há um profundo abismo que separa tais direitos, quando
os mesmos se referem às mulheres - ouvimos isso há pouco na tribuna.
Por
essa razão, a data não deixou de ser um marco referencial para todas nós, mulheres,
que apresentamos ao mundo as constantes injustiças e as constantes violações de
direitos.
Em
que pese a violência contra a mulher ter origem em fatores psicológicos,
jurídicos, econômicos, é o fator cultural que mais reproduz a legitimidade dessa
prática. É inegável que a mulher tem ocupado, cada vez mais, espaços no mercado
de trabalho, inclusive assumindo os postos de comando, os postos de chefia. Mas
a igualdade ainda está muito longe. E isso não tem-se traduzido nesse processo
de igualdade, pois os estudos mostram que nós temos 86 milhões de mulheres no
Brasil, que representam 53% da força do trabalho, recebendo, no entanto, 69%
dos salários que, normalmente, são pagos aos homens. Portanto, há necessidade,
sim, de uma discussão, há necessidade de uma política afirmativa, há
necessidade de os Partidos terem cotas para indicar as mulheres nas eleições
municipais, estaduais, federais. Há uma discussão grande sobre isso, em que se
fala: “Mas para que haver cotas? Vocês não lutam por igualdade?” Lutamos, mas
ainda neste momento, precisamos que exista uma política afirmativa nesse
sentido, para que as mulheres possam estar, cada vez mais, conquistando esses
espaços.
É
de extrema importância compreender como a naturalização dos processos
socioculturais de discriminação contra a mulher e outras categorias sociais
constitui o caminho mais fácil e curto para legitimar a superioridade dos
homens, assim como a dos brancos, a dos heterossexuais, a dos ricos, em nossa
sociedade. Assim, a discriminação contra a mulher é socialmente construída para
beneficiar quem controla o poder econômico e político nessa lógica perversa que
assola o mundo.
Não
podemos ser tolerantes com a violência, pois essa é uma prática que faz com que
toda a sociedade retroceda no caminho da democracia.
A
dignidade, a igualdade da mulher são os ideais democráticos que nenhum homem,
certamente, nenhum homem esclarecido poderá negar, e do qual nenhuma mulher de
coragem haverá de abrir mão nesse processo.
Portanto,
esse 8 de março, mais do que um dia de homenagens, ele é um dia de luta, de
reflexão, de garra para todas nós, mulheres, neste Parlamento e na Cidade de
Porto Alegre. Boa luta para todos nós, homens e mulheres que estão na defesa
dos direitos das mulheres no nosso País. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
em Comunicações por transposição de tempo com o Ver. Dr. Goulart.
O SR. ERVINO BESSON: Minha cara Presidente, Verª Margarete
Moraes; Secretário, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também pela
TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Sinto-me
orgulhoso de estar inscrito no dia de hoje, 8 de março, Dia Internacional da
Mulher, para poder prestar minha homenagem
a esse ser tão grande e tão maravilhoso.
As
mulheres têm a característica de trabalhar cada dia, produzindo o melhor que
podem.
A
mulher é, naturalmente, matéria de alegria, tranqüilidade, muito amor e
compreensão, lembrando sempre que a mulher é a protagonista de seus ideais, a
mais clara demonstração de seus princípios.
Mulher
que pensa com o coração, age pela emoção e vence pelo amor.
Mulher
que hospeda no seu ventre outras almas, dá à luz e depois fica cega diante da
beleza dos filhos que gerou.
Tem
fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens
temporais.
Mulher
forte para dar o ombro a quem nele precisa chorar.
Por
tudo isso, a todas as mulheres que ensinam, vendem, embelezam, alimentam,
limpam, acreditam, esperam, aceitam, acalentam, ajudam a sonhar, criam, amam,
mas, sobretudo, elas geram aquele ser tão maravilhoso, o ser da vida humana,
que são o homem e a mulher. Feliz do homem que por um dia soube entender a alma
de uma mulher. Com todo o meu reconhecimento, com todo o meu amor, a minha
gratidão por todas as mulheres: que Deus ilumine e abençoe a cada uma das
mulheres!
Eu
também não poderia, neste dia de hoje, que é o Dia Internacional da Mulher,
deixar de me referir, em memória, à mulher que foi a minha querida falecida
mãe, que partiu tão jovem, com 36 anos de idade.
Portanto,
fica aqui também a ela o meu sempre, profundo e eterno reconhecimento.
Parabéns! Meu beijo mais profundo a todas as mulheres. Muito obrigado, Srª
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em
Comunicações. Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra em
Comunicações por cedência de tempo do Ver. Elói Guimarães.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, companheira, em homenagem
a nossa primeira Presidenta e primeira Prefeita a assumir a Prefeitura no
Município de Porto Alegre, companheira Margarete Moraes. Em primeiro lugar, eu
gostaria de agradecer ao Ver. Elói Guimarães pelo seu gesto de verdadeiro
cavalheiro e por compreender a importância desse dia, cedendo o espaço para
nós, com certeza pela visibilidade das nossas lutas; é um parceiro também.
Eu,
com muito orgulho, estou vestida a rigor: com avental, simbolizando a luta pela
aposentadoria da dona-de-casa. Estaremos, no dia 10, numa grande marcha, em
Brasília, lutando pelo direito dessas mulheres que ainda estão excluídas da
Previdência Social. Então, isso é uma simbologia e nós, hoje, fizemos uma
grande caminhada pela Cidade de Porto Alegre alertando a sociedade sobre este
momento tão importante que estamos vivendo e também denunciando os problemas
que ainda vivemos. Oito de março, sim; não apenas um dia, todos os dias são o
Dia Internacional das Mulheres, mas, com certeza, essa simbologia nos faz
refletir do porquê desse dia ser tão importante.
Muitas
pessoas perguntam: por que vocês não tornam todos os dias o Dia das Mulheres?
Porque o nosso entendimento é que existe um determinado e específico momento na
nossa vida em que temos de refletir as causas e as questões que estão em pauta.
Do Dia Internacional da Mulher todos nós sabemos, ou grande parte de nós sabe a
sua origem: tantas mulheres que morreram na luta pela igualdade nas políticas
de gênero, nas políticas públicas, pelo respeito e dignidade aos direitos
humanos e a nossa seqüência de tantas e tantas outras prerrogativas que ainda
temos de encaminhar e colocar em prática.
Há
uma coisa que me chama muito a atenção, em qualquer debate que fazemos com a
sociedade, em especial com as mulheres, aquelas, Ver. Haroldo, que estão na
invisibilidade, porque hoje nós, que estamos parlamentares, alcançamos um grau
de visibilidade; aquelas que aqui estão alcançaram por meio de um concurso
público, como as nossas funcionárias, as taquígrafas, que prestam um trabalho
maravilhoso, as mulheres que trabalham aqui na Câmara de Vereadores ou em
qualquer outro estabelecimento, as que conseguem estudar, as que conseguem
colocar em prática os seus sonhos - isso foi conquistado apenas por uma pequena
parcela de mulheres. Estamos falando daquelas, Vereador, que, absolutamente,
fora do seu espaço privado, não conseguiram um espaço maior. E a sociedade
ainda não conseguiu compreender o significado, quando a gente faz um grande
desafio, por exemplo, sobre a questão da aposentadoria da dona-de-casa. Estamos
questionando, além de um direito financeiro, econômico, também o valor do que
significa o trabalho. O trabalho da mais valia? O trabalho do lucro? O trabalho
que tu acumulas? Queremos chamar a atenção da sociedade para um trabalho
invisível, realizado sete dias por semana, das que criam seus filhos, são
professoras, mães, administradoras do lar, economizam para a economia do País,
porque elas administram a sua casa com o que têm, e mesmo assim, quando chega
ao final da sua vida ou aos 60 anos, não têm a possibilidade de, no mínimo, ter
uma aposentadoria. Se vai haver Emendas para algumas compensações, isso é um
passo seguinte. O que nós, primeiro, queremos é garantir, no art. 195 da
Constituição, que fique ali gravado, assim como a licença-maternidade, a
aposentadoria da mulher agricultora rural e tantas outras conquistas.
Esse
é o novo olhar da sociedade: resgatar essa invisibilidade, dar luz a quem dá à
luz e dar luz para que a gente possa trazer para o ventre dessa política o
nascimento da dignidade. É sobre isso que nós estamos falando.
E, só para finalizar, eu gostaria de dizer que o que nós
mais encontramos nessa discussão é ainda o grande número de casos de violência
doméstica a que as mulheres ainda se submetem. Não podemo-nos calar quando
assistimos a uma violência doméstica, porque acabamos, também, sendo cúmplices.
Por isso, Presidenta, hoje, é sim, um dia que nos consagra,
que nos deixa felizes. Mas é um dia que nos consagra mais ainda pela seqüência da
nossa luta. E um dos grandes passos está aqui: contigo e com todas nós que
chegamos a este Parlamento.
Parabéns a todas as mulheres e aos homens que vão continuar
na luta, conosco, em busca da igualdade. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Verª Maristela Maffei.
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações, por
transposição de tempo com o Ver. Ervino Besson.
O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, no dia 08 de março, que seria um dia de fazer um
discurso enunciando o porquê do Dia - um dia que é questionável que exista,
porque não há o dia do homem; tem de haver o Dia da Mulher para afirmar a
diferença que, embora se tente desfazer, existe, pelo fato de existir o gênero
feminino -, eu tenho de falar das coisas que vejo no dia-a-dia e, dessa
maneira, fazer a minha homenagem, no 8 de março, para as mulheres da minha
terra, porque a minha comemoração à mulher é feita todos os dias - (Palmas.)
Muito obrigado, Vereador! -, não só pelo carinho que tenho e busco ter com as
minhas colegas, com as pessoas do meu amor, com as minhas parentes, mas também
com as minhas queridas pacientes. Quando eu colho um preventivo de câncer por
dia, eu estou celebrando a vida e estou fazendo uma homenagem à mulher; quando
eu faço uma cirurgia dessa mesma doença, eu também estou celebrando a vida e
fazendo a minha homenagem para a mulher. Mas, no dia-a-dia desta Casa, tenho
mantido uma luta pela saúde, e pela saúde da mulher. E hoje não pode ser
diferente!
A
Prefeitura de Porto Alegre fez um convênio com o Hospital Moinhos de Vento e
com o Hospital Parque Belém, com uma finalidade, a qual temos de discutir
muito, primeiro, porque não chegaram, à Comissão de Saúde, as metas desse
convênio; segundo, porque esse convênio é errado para o que nós queremos para
as nossas mulheres.
O
que nós queremos para as nossas mulheres? Resolução da sua saúde, exames para
as mulheres, prevenção para as mulheres, tratamento para as mulheres, cirurgias
- mastectomia, cirurgia reparadora. E o Hospital Moinhos de Vento, junto com a
Prefeitura, mediado por uma outra instituição de mama, vai fazer uma pesquisa
sobre câncer de mama em dez mil mulheres da Zona Sul. Só a pesquisa! E a mulher
que tiver, nessa pesquisa, encontrado algum problema, eles poderão encaminhar e
até operar.
Nós
não queremos isso! Nós queremos que, no Parque Belém, haja ambulatórios de mama
atendendo as mulheres da Zona Sul. E naquele ambulatório têm de sair as
cirurgias de biópsia, quadrantectomia e mastectomia para dentro do Parque
Belém. Isso é dinheiro público! Nós não podemos usar o dinheiro público
simplesmente para passar o mel na boca das mulheres da Zona Sul. Nós precisamos
fazer pesquisa, sim, mas que venha da assistência. Jamais a assistência pode se
prestar para fazer pesquisa! Isso é um crime contra a saúde dos povos!
E,
se as mulheres não sabem quem têm esse direito, se as mulheres da Zona Sul
aceitam isso, porque querem um canto para serem acarinhadas pela Saúde. O
ginecologista, mastologista, médico de ponta do SUS, que trabalha todas as
manhãs, tem de dizer que não. E, para isso, eu preciso do Poder Legislativo ao
nosso lado; preciso que os Vereadores se encantem com isso, se preocupem com
isso. Como é que vão atender pesquisa de 10 mil mulheres na Zona Sul, quando
nós precisamos de assistência? Quando uma consulta demora 2 anos? Quando um
exame demora 2 anos para ser feito!? Ou nós estamos brincando? Isto não é
brincadeira, tem de haver respeito com a saúde do próximo!
E
ainda se falava que a CPI era eleitoreira! Que barbaridade, que desencanto, que
incômodo! Nós temos de fazer assistência no Parque Belém, na zona que a
Prefeitura e o Moinhos de Vento, em concordância, alocaram! E aí, dessas
mulheres que são operadas, fazer-se a pesquisa. Precisamos de assistência em
Porto Alegre, e esta é a minha saudação, Srª Presidenta, Sras. Vereadoras e
Srs. Vereadores, que eu faço para a mulher no seu Dia.
Lá,
nos Estados Unidos, queimaram as industriárias. E nós, aqui, o que estamos
fazendo com as nossas mulheres? Não, há um ginecologista, sim, que é Vereador,
sim, e que vai dizer não, e que vai defender para que se combata a principal
causa de morte de mulher na Cidade de Porto Alegre, que é o câncer de mama.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra em Comunicações.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, amigos aqui presentes e pessoas que nos assistem
no Canal 16, eu recebo aqui - vem lá do Gabinete do Dep. Fernando Záchia - uma
reclamação do bairro Teresópolis. Interessa muito ao Adeli Sell, é assunto da
Cidade. (Lê.): “Esquinas da Sepé Tiaraju com a Clemente Pinto, 10 horas da
manhã. Os fiscais levarem 16 baldes de abacaxi de dois meninos de 12 anos, sem
dar recibo ou notificação, apenas perguntaram para quem eles trabalhavam e
disseram que para reaver o material teriam de ir à Rua Cel. Vicente, nº 43. Os
três fiscais da SMIC estavam em uma kombi, acompanhados de uma mulher e de um
homem de chapéu, roupa clara e óculos, ambos sem coletes de identificação. Em
um segundo carro, um gol, estavam dois seguranças que ameaçaram os meninos com
armas, quando eles pediram recibo. Os fiscais e seguranças partiram sem dar mais
explicações.”
Eu
pergunto se está incluído no item do Adeli Sell, o Secretário da Indústria, que
é proibido vender frutas nas esquinas de Porto Alegre? Ver. João Dib, é
proibido vender aquelas frutas nas esquinas de Porto Alegre? Entra como produto
contrabandeado? Eu não acredito que isso possa ser verdade; verdade é, mas não
acredito que isso possa ser o certo, que o Adeli Sell, ao tomar conhecimento
disso aqui, não vá tomar as devidas providências. Eu quero dizer ao Adeli que
eu tenho aqui em mãos o telefone e o nome da pessoa que fez a denúncia.
Neste
espaço de Comunicações, eu queria voltar àquele assunto que eu toquei
rapidamente na semana passada, sobre o aumento da tarifa de água em Porto
Alegre. Quais são os critérios reais para se aumentar a tarifa de água em Porto
Alegre? E por que não passa pela Câmara Municipal de Porto Alegre? Recentemente
votou-se aqui a Taxa de Iluminação Pública! Por que não vem para a Câmara
Municipal de Porto Alegre também para que possamos discutir e votar a tarifa de
água, já que a água é o bem maior, um bem comum? Todos necessitam da água, da
energia elétrica, e por que essas tarifas não são discutidas aqui na Câmara
Municipal de Porto Alegre? São perguntas que ficam.
Eu
sei que há uma decisão anterior tomada, mas eu penso que nós poderíamos tomar
providências por aqui e alterar esse tipo de coisa, já que a tarifa de água não
pode ser aumentada no canetaço, como
foi feito também no fechamento dos bingos, não pode! A tarifa de água, a tarifa
de energia elétrica, do lixo, tudo isso faz parte do dia-a-dia do cidadão que
mora na Cidade de Porto Alegre. Esses são assuntos que interessam ao morador de
Porto Alegre: quanto vai pagar de água no fim do mês; quanto vai pagar de luz
no fim do mês; quanto vai pagar de taxa de lixo no fim do mês? Se isso
interessa ao cidadão que mora no Município de Porto Alegre, eu acho que isso
deveria vir para a Câmara, aqui ser discutido, aqui ser encaminhado; ser
discutido com todas as entidades envolvidas, para que possamos realmente dar
resposta sobre o que nós viemos aqui fazer; fomos eleitos pelo povo para
trabalhar pela Cidade. E, quando menos se espera, estamos abrindo os jornais e
encontrando nova tarifa de água na Cidade de Porto Alegre! O porto-alegrense, a
partir de hoje, passa a pagar 5,5% a mais na tarifa, no consumo da água no
Município de Porto Alegre. E, nós, Vereadores, só tomamos conhecimento pelos
jornais! É justo, Ver. João Bosco Vaz? Eu acho que não. Eu acho que estas
tarifas tão importantes na vida das pessoas, dos porto-alegrenses: água, luz e
lixo deveriam passar por aqui, sim, porque, se não, eu tenho as minhas dúvidas
sobre o motivo real de sermos Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Concluímos o período de Comunicações.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exma Vereadora Margarete
Moraes, Presidenta desta Casa, demais Vereadoras, Vereadores, todos que nos
assistem, em especial as funcionárias, as mulheres que aqui estão no dia de
hoje, nós não poderíamos, nesta data tão importante, 08 de março, deixar de
fazer um pronunciamento - mesmo tendo em conta, minha Presidenta, que amanhã
haverá uma Sessão Solene, nesta Casa, dedicada às mulheres - sobre o Dia
Internacional da Mulher, algumas reflexões. Tivemos hoje, pela manhã, uma
confraternização nesta Casa, o café da manhã. Depois estivemos com a nossa
Presidenta e outros Vereadores e Vereadoras juntos na Prefeitura, na posse do
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. Então, vou ler uma contribuição
histórica e uma reflexão sobre esta questão (Lê.): “Há exatos 147 anos, no dia
08 de março de 1857, 129 operárias, tecelãs que haviam iniciado uma greve na
fábrica Cotton, em Nova Iorque, foram violentamente reprimidas pela polícia e
obrigadas a refugiar-se na fábrica. A seguir, os patrões e a polícia trancaram
as portas e atearam fogo ao prédio, fazendo com que as trabalhadoras morressem
carbonizadas".
Em
1910, a 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, na Dinamarca,
estabeleceu o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, em memória às
mártires de Nova Iorque.
Desde
então, e em toda parte, a luta das mulheres contra a exploração de classe e
contra a opressão de gênero ampliou-se e aprofundou-se. Muitos avanços foram
conquistados, mas muito resta por fazer.
Segundo
a ONU, as mulheres são responsáveis por dois terços das horas trabalhadas –
contabilizado o trabalho doméstico – mas só recebem 10% dos salários e só
possuem 1% da riqueza da humanidade.
No
Brasil, apesar de já representarem 44% da força de trabalho do País, chefiarem
mais de 30% dos lares e terem escolaridade maior que os homens, ganham, em
média, apenas 65% do que estes ganham. Em geral, só têm acesso às atividades de
menor prestígio social e menor remuneração. E as mulheres negras – as mais
discriminadas – recebem somente a metade do que recebem as mulheres brancas!
Além
de serem as mais exploradas, as mulheres também são os maiores alvos da
violência. Segundo o Banco Mundial, 20% das mulheres do mundo são vítimas da
violência física ou sexual. No Brasil, a cada 4 minutos, uma mulher é agredida
por alguém com quem mantém uma relação afetiva.
Apesar
de serem a maioria da população, só ocupam 6% das cadeiras no Congresso
Nacional, 11% em nossa Assembléia Legislativa e 15% em nossa Câmara Municipal -
E esta Câmara é uma das mais representativas e tem, inclusive, a sua Presidenta
mulher.
O
neoliberalismo globalizado – que assola o mundo com suas guerras, miséria e
exclusão social – só agrava a discriminação e a opressão às mulheres. Sempre
são as primeiras a serem desempregadas e a sofrerem com os cortes sociais e com
o desmonte dos serviços de saúde e educação.
Por
tudo isso, ainda se impõe a comemoração do Dia Internacional da Mulher como um
momento de reflexão e de luta contra todo tipo de desigualdade e de
discriminação de gênero ou de raça. Reforçando a luta por Um Outro Mundo Possível, em que a exploração do homem pelo homem
seja abolida e em que toda a opressão de gênero – dos homens sobre as mulheres
– seja eliminada; em que a igualdade entre
os homens e as mulheres seja a condição da diferença entre eles – pressuposto da humanidade!”
Concluo
com alguns fragmentos, minha Presidenta, de uma poesia de Luís Sepúlveda:
(Lê.): “As Mulheres da Minha Geração
As
mulheres da minha geração abriram suas pétalas rebeldes/ Não de rosas,
camélias, orquídeas ou outras ervas/ De salõezinhos tristes, de casinhas
burguesas, de velhos costumes/ Mas de ervas peregrinas entre ventos/ Porque as
Mulheres da minha geração floriram nas ruas,/ Nas fábricas, viraram fiadeiras
de sonhos/ Porque as Mulheres da minha geração/ nos marcaram com o fogo
indelével de suas unhas/ a verdade universal dos seus direitos./ Conheceram o
cárcere e os golpes/Habitaram em mil pátrias e em nenhuma/ Choraram os seus
mortos e os meus como se fossem seus/ Deram calor ao frio e ao cansaço desejo/À
água sabor e ao fogo orientaram pelo rumo certo./ Foram estudantes, mineiras,
sindicalistas, operárias,/ artesãs, atrizes, guerrilheiras, até mães e parceiras/
nos momentos livres da Resistência...”.
Vou
abreviar a poesia, concluindo-a, pulando algumas partes.
“...Intelectuais
do instinto, instinto da razão/ Prova de força para o forte e amorosa vitamina
do fraco/ Assim são elas, as únicas irrepetíveis, imprescindíveis/ Sofridas,
golpeadas, renegadas mas invictas/ Mulheres da minha geração”.
A
nossa homenagem, em nome do PCdoB, às mulheres lutadoras por um novo mundo.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N.º 6497/03 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 121/03, de autoria dos Vereadores Margarete
Moraes e Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio Tradicionalista Glaucus Saraiva
ao Conjunto de Folclore Internacional “Os Gaúchos”.
PROC.
N.º 6952/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 478/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Luís Felipe Monmany um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Espírito Santo.
PROC.
N.º 6953/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 479/03, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Carlos Frederico Albers um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Espírito Santo.
PROC.
N.º 6958/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 480/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que denomina Rua Antonio Nunes Vieira um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Restinga.
PROC.
N.º 6960/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 481/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que denomina Rua Hortencio Machado de Lima um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
N.º 0082/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 012/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que denomina Rua Ivaldo Roque um logradouro público não-cadastrado, localizado
no Loteamento Chapéu do Sol.
PROC.
N.º 0085/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 015/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que denomina Rua Pedro Raimundo um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Loteamento Chapéu do Sol.
PROC.
N.º 0086/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 016/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que denomina Rua Luiz Sérgio Metz um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Loteamento Chapéu do Sol.
PROC.
N.º 0118/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 036/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
concede o troféu Honra ao Mérito ao Senhor Pedro Zaluski.
PROC.
N.º 0132/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 019/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Alfredo Placides da Silva um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Bairro Jardim Lindóia.
PROC.
N.º 0134/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 020/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua João Ernesto Schmidt um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Jardim Itu Sabará.
PROC.
N.º 0284/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 022/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
denomina Praça Symcha Melon um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
2.ª SESSÃO
PROC.
N.º 0310/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 038/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Dr. Mathias
Nagelstein.
PROC.
N.º 0087/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 010/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede o Prêmio Gildo de Freitas ao Trovador, Cantor e Repentista Volmir
Martins.
PROC.
N.º 0088/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 011/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede o Prêmio de Cinema Eduardo Abelin ao Ator, Diretor e Produtor Werner
Schünemann.
PROC.
N.º 0096/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 016/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” ao Escritor David Coimbra.
PROC.
N.º 0097/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 017/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede o Prêmio de Jornalismo Carmem da Silva à Comunicadora Magda Beatriz
Rodrigues Alves.
PROC.
N.º 0098/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 018/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” a Armandinho e Banda.
PROC.
N.º 0104/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 024/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede a Comenda Pedro Weingärtner à Senhora Christina Balbão.
PROC.
N.º 0111/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 029/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que
concede o Prêmio Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente ao Centro Social Marista de Porto Alegre (CESMAR).
PROC.
N.º 0112/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 030/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que
concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Maria
Berenice Dias.
PROC.
N.º 0116/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 034/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que
concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Fabio Carravetta.
PROC.
N.º 0117/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 035/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que
concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Gilberto Marques da
Rosa.
PROC.
N.º 0170/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 021/04, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que
denomina Praça Jose Pereira Caetano um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Vila Nova.
PROC.
N.º 0624/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 030/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
denomina Praça Tulio Medina Martins um logradouro público cadastrado,
localizado no Bairro Jardim Carvalho.
PROC.
N.º 0697/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 032/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
altera o art. 15 da Lei n.º 3.187, de 24 de outubro de 1968, e alterações
posteriores, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante e dá
outras providências.
3.ª SESSÃO
PROC.
N.º 4129/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 244/03, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que institui uma placa em homenagem ao Alto Comissário da ONU para os Direitos
Humanos, Sérgio Vieira de Mello. Com
Emenda n.º 01.
PROC.
N.º 7085/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 015/03, que altera o regime urbanístico em área
específica a ser observada na Área Especial de Interesse Institucional – Porto
Seco – com gravame estabelecido pela Lei Complementar n.º 434, de 24 de
dezembro de 1999 – PDDUA e regime urbanístico definido pela Lei Complementar
n.º 324, de 31 de maio de 1994, e dá outras providências.
PROC.
N.º 0025/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 001/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro de Basquetebol Fernando Mabilde.
PROC.
N.º 0069/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 007/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que concede o prêmio de teatro Qorpo Santo ao Grupo Teatral Teatro de Equipe.
PROC.
N.º 0074/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 009/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que concede o prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo à Associação
Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa.
PROC.
N.º 0079/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 009/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, o Dia Municipal
da Doação de Sangue.
PROC.
N.º 0080/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 010/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, a Festa da Rua,
organizada pela comunidade judaica, no Bairro Bom Fim, e dá outras providências.
PROC.
N.º 0084/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 014/04, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que institui o Salão Internacional de Desenho para Imprensa no Município de
Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
N.º 0106/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 026/04, de autoria do Ver. Zé Valdir, que
concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Professor Eli Danilo Thomé.
PROC.
N.º 0115/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 033/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que
concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor João Carlos da
Silva.
PROC.
N.º 0123/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 037/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que
concede o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger ao Senhor Augusto César
Cunha Carneiro.
PROC.
N.º 0156/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 043/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o título honorífico de Líder Esportivo a Roberto Costa de Ávila, Mestre
Tucano.
PROC.
N.º 0157/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 044/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o título honorífico de Esportista Exemplar ao Atleta Velocista Edemar
Abegair Elias Melleu.
PROC.
N.º 0158/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 045/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético à Professora Ilse
Agostini.
PROC.
N.º 0159/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 046/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
concede o título honorífico de Líder Comunitário a Aroldo Tadeu Freitas da
Silva.
PROC.
N.º 0187/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 047/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schenberg à Dra. Maria Lúcia
Zanotelli.
PROC.
N.º 0270/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 049/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Alceu Rosa.
PROC.
N.º 0560/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 004/04, que declara de utilidade pública o
Grêmio Literário Castro Alves.
PROC.
N.º 0561/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 005/04, que declara de utilidade pública a AACD
- Associação de Assistência à Criança Deficiente.
PROC.
N.º 0562/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 006/04, que declara de utilidade pública a
Associação Beneficente Amurt Amurtel.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, no Dia Internacional da Mulher, eu quero saudar a
nossa Presidenta; em saudando a Verª Margarete Moraes, eu saúdo todas as mulheres
porto-alegrenses, mas concordo plenamente com o Ver. Humberto Goulart: todos os
dias são da mulher.
Mas
Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aquele rico
americano estava muito perturbado, estressado, cheio de problemas, não sabia
mais o que fazer. Aí disseram para ele que, na Índia, havia um guru que era
capaz de resolver todos os seus problemas. Ele não teve dúvidas: comprou sua
passagem e lá se foi atrás do guru indiano. Quando lá chegou, poderia ter sido
atendido em seguida, porque ele chegou muito cedo, mas resolveu ser atendido
por último e ficou em uma fila de mais de 200 pessoas. Quando chegou a sua vez,
o mestre o atendeu, e ele perguntou antes do mestre: “Mestre, antes de tudo, eu
quero dizer a V. S.ª que todas as pessoas que saíram daqui saíram satisfeitas,
mas eu observei que me pareceu que o senhor disse a todas as pessoas a mesma
coisa”. E o mestre disse: “Realmente, eu disse”. E o americano perguntou: “E o
que foi que o senhor disse?” O guru, então, respondeu: “Simplifica, meu filho,
simplifica”.
Por
que eu relatei esse fato? É porque eu acho que, de repente, nós precisamos
simplificar alguma coisa, nesta Casa. No dia de hoje, nós temos, em 1ª Sessão
de Pauta, 12 Projetos de Lei: 10 denominações de ruas, e 2 estabelecem Prêmio;
diferente da Sessão de quinta-feira quando nós tínhamos 14 projetos novos: 11
Prêmios, 2 nomes de ruas e um tratando de ambulantes. Mas é preciso
simplificar. É provável, e há aqui, na Ordem do Dia, alguns projetos de
denominações de ruas, que pudessem ser feitos num só projeto, como esses dias
mostrei aqui o trabalho da Verª Maristela Maffei. Porque, lá em Viamão, 10, 12
nomes de ruas eram consagrados. E é importante o nome de uma rua. Quem quiser
saber a importância do nome da rua, vá morar em uma rua que se chama rua A, B,
C ou D, aí vai saber o quanto é importante.
Mas nada impede que se simplifique, já que há Vereadores que
apresentam quantidade muito grande de nomes de ruas, que coloquem em um só
processo, porque ele passa por três dias de Pauta e por três Comissões
diferentes. Gastamos muito papel, muito tempo, muito dinheiro, e deixamos de
votar outros projetos.
Estamos
na 9ª Sessão Ordinária deste ano e não votamos nenhum projeto até agora. Sei
que a Presidente, com muito rigorismo, convocou as Lideranças para que iniciem
as votações. Temos de começar a votar.
Temos
50 projetos na Ordem do Dia, destes, três são Vetos, cinco são do Executivo, os
demais, vinte e quatro são denominação de ruas.
Então,
podemos simplificar, sim, e é necessário que se simplifique, porque não dá para
entender. De repente, matérias da mais alta relevância, como é o caso do
Projeto de Lei que altera o Código de Limpeza Urbana, não foram votadas. E, se
não me engano, este Projeto é de 2001. Agora, estamos com pressa para votar!
A Presidente já determinou à Diretoria Legislativa que
elaborasse um quadro para que o Vereador, com consciência, pudesse votar.
Acho
que temos de, na realidade, lembrar do guru indiano e simplificar.
Vamos
simplificar, sim, porque, simplificando, vamos produzir muito mais, a Cidade
vai receber muito mais, os projetos serão examinados com muito mais atenção,
com muito mais qualidade, com muito mais responsabilidade.
“Simplifica, meu filho, simplifica”! Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, quero agradecer ao Líder da minha Bancada, Ver. Cláudio
Sebenelo, por ter permitido que eu pudesse exercer estes cinco minutos de
Liderança, nesta tribuna.
Nas
últimas fotografias de jornal que
nós vimos, enviadas lá daquela região, vimos que lá no Haiti ainda estão
queimando seres humanos nesse conflito que existe, depondo o Presidente, que já
saiu correndo, mas que ainda tem lá os seus simpatizantes. E hoje, nos jornais,
a notícia de que a violência mata mais seis pessoas lá no Haiti, e, além disso,
o chefe dos rebeldes prometendo que vai solicitar que todos aqueles seus
seguidores retomem as armas, porque ele acredita que as coisas ainda não estão
bem resolvidas por lá. E é exatamente em meio a esse conflito que jovens
brasileiros - talvez o maior contingente de jovens brasileiros - estão sendo
enviados para o Haiti para uma chamada missão de paz. Eu não sei bem se essa
missão de paz paga todas as despesas do Governo brasileiro, com toda a
responsabilidade do Governo brasileiro, expondo jovens brasileiros a um perigo
desnecessário. Eu não sei se, realmente, esta seria a hora melhor para que nós
participássemos de mais essa missão de paz. Missão de paz é quando tudo já está
serenado, quando já não existem mais problemas, lá vão as forças da ONU para
garantir, realmente, a paz. Desta feita, nós estamos mandando os nossos jovens
para o meio de uma guerra que ainda não terminou e que eu só espero que não
tenha para nós um peso realmente maior do que este que nós estamos dando, e
que, daqui a pouquinho, nós não venhamos a chorar também pelo conflito dos
nossos irmãos que vivem quase aqui ao nosso lado, mas que, de repente, não
precisariam deste apoio neste momento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, hoje, é um dia ímpar para nós, pela influência da mulher, da nossa
mãe, da nossa esposa, da nossa amiga, em todas as atividades sociais, e o
Partido Trabalhista Brasileiro tem, sem dúvida, um caminho muito longo, mas um
caminho que já foi percorrido por meio das leis trabalhistas, leis sociais,
feitas por Getúlio Vargas. Portanto, nesta data nós sentimos cada vez mais a
presença da mulher, junto conosco. Na política, a mulher, que tinha 20% de
presença, hoje já tem 30% nas nominatas dos Partidos políticos; eu não tenho
dúvida de que, tão logo, nós não teremos mais barreira nenhuma e nós poderemos
estar juntos nesta luta de engrandecimento da política brasileira.
Portanto,
os meus parabéns a todas as mulheres, principalmente àquelas, é claro, que nós
convocamos sempre para entrar na política, para participar da vida pública
brasileira, para participar da sociedade, em seu todo, e que já são
constantemente merecedoras de elogios, como a mulher num degrau excepcional, o
que, sem dúvida, nos dá uma satisfação enorme, e esta Casa terá sempre a
presença das mulheres, efetivamente.
Quero,
aqui, aproveitar a oportunidade de falar, que não estive na quinta-feira,
devido a uma reunião na Casa, de que a retirada da minha pré-candidatura, como
pensaram muitos do PT - como o seu Líder, o Pestana, e o ex-Vereador Estilac
Xavier, hoje Deputado -, de que a minha saída abriria a possibilidade de
facilitar a integração do PT com o PTB. Olhem, ao contrário, se eu fiz esse
procedimento de retirada da minha pré-candidatura, não candidatura - até porque
não fui eu que me lancei, foi o Partido -, é porque entendi que o momento
político, o que o Governo Federal está fazendo por intermédio do seu Partido, o
PT, na política nacional, há muito tempo,... ou quem sabe, Ver. Luiz Braz,
nunca tenha sido feito na política brasileira, a deterioração dos partidos
políticos, a deterioração da classe política, que, muitas vezes, nos
envergonha. E o PT, que tanto criticava, está fazendo pior, semeando a
discórdia, semeando cargos. E não esqueçam: após as eleições municipais, vocês
verão quantos cargos virão para este Estado, para vários partidos políticos.
Então, esse tipo de procedimento que nós tomamos é para preservar
principalmente o nosso Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, que não pode
se acovardar, não pode se entregar ao PT, e nós estamos aqui, nesta trincheira,
para preservarmos um Partido que tem, sem dúvida, grandes nomes, porque
tínhamos anteriormente uma divergência com o Diretório Nacional, logo aqui
atrás, em 2002, quando não lançamos mais de vinte candidatos a Deputado
Estadual em função dessa divergência com o Diretório Nacional.
Portanto,
não vamos nos entregar; o Vereador tem de ser ouvido, e a nossa Bancada é
unânime: os três Vereadores são contra qualquer tipo de aproximação com o PT na
Capital. Quero reafirmar que estamos vigilantes, estamos firmes no sentido de
que o PTB terá candidatura própria, mas em caso de apoiar outro candidato não
será o do PT, que não tem nada a ver com o PTB. Vamos estar firmes e fortes na
luta pelo trabalhismo. Obrigado, Ver. Luiz Braz.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Almerindo Filho solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia de hoje, dia 08, conforme atestado médico
anexo.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Está garantido o José Dirceu no emprego, mas e os 350 mil
novos desempregados que nessa situação estão devido ao problema ocorrido com
ele continuam desempregados, e a Federação Brasileira de Bingos recebeu com
perplexidade a notícia. O episódio convoca as autoridades a refletirem sobre as
possibilidades de se evitarem tais absurdos, que deixam todos estupefatos pela
naturalidade e espontaneidade de seus personagens, os quais - não se iludam -
se repetem com outros nomes e caras na história do nosso País. Mudam os
governos, os escândalos voltam a ocorrer e, geralmente, tais delitos se
transformam apenas em armas de luta política entre os Partidos. Mister se faz
que se mudem as regras, nesse caso específico, relativas aos aspectos do
sistema político eleitoral.
O Brasil que almejamos não merece ser alvo de ataques dessa
ordem. Temos muito por fazer e a conquistar como Nação, desde que trilhemos por
caminhos sólidos e não-vulneráveis aos males da corrupção.
No
que se refere aos jogos no Brasil, especialmente aos bingos, carecíamos
urgentemente de uma regulamentação, encaminhada, pedida pelo Presidente Lula,
15 dias antes de ele assinar aquela MP que fechou os bingos. Desde o dia 31 de
dezembro de 2001, quando operada a eficácia revogadora do artigo 2º da Lei do
Maguito, Lei nº 9.981, de 14 de julho de 2000, a exploração de atividade de
bingo definia-se como atividade econômica em sentido estrito, lícita, sem
regulamentação legal, funcional, constitucional, de ordem econômica, artigos
170 e seguintes da Constituição Federal do Brasil. O jogo do bingo é uma
atividade lúdica, de entretenimento e de lazer que já faz parte da cultura
brasileira, assim como outros inúmeros jogos explorados pelo Governo Federal,
por meio da Caixa Econômica Federal, e outros, por alguns Estados brasileiros.
A
propósito, eu estou pedindo à Caixa Econômica Federal o teste 529 da Mega Sena,
sob a responsabilidade da Caixa Econômica Federal, que premiou 15 apostadores
de uma só região, quando o maior número de bilhetes em apostas é de São Paulo,
pela ordem, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul - muita
coincidência, 15 acertadores no teste 529. Eu quero saber, estou pedindo à
Caixa, espero receber em breve a nominata, os nomes dos 15 acertadores do teste
529, porque eu acho que aí é que está o fio da meada, a ligação da Caixa
Econômica Federal.
Mas
a Medida Provisória do bingo, no último dia 20 de fevereiro, que proíbe
temporariamente a exploração da atividade no País, foi um triste desfecho
encontrado para tentar solucionar uma crise política institucional de
proporções graves, relacionadas, principalmente, ao financiamento de campanhas
políticas; empregados e empregadores do setor pagaram a conta da
irresponsabilidade. – “O Sr. José Dirceu está com o seu emprego garantido”,
entrevista à revista Veja desta semana.
E
nós esperamos que, agora, o Congresso Nacional, em nome da Justiça e do
respeito aos direitos adquiridos e do ato jurídico perfeito, legisle
rapidamente sobre esse tema e regulamente, definitivamente, essa atividade.
Desejamos que o bom senso prevaleça e que se restabeleça, rapidamente, o
direito de se dizer bingo!
Com
o emprego de José Dirceu garantido, é hora de voltarmos a garantir o emprego de
350 mil funcionários espalhados por todo o Brasil. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, V. Exª
apregoou o Pedido de Licença do Ver. Almerindo Rosa Filho por motivo de saúde.
Esse Requerimento, pelo que me consta, tem de ser submetido ao Plenário, pela
sua natureza.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Esse Pedido não tem de ser submetido ao
Plenário Vereador, porque ele é acompanhado por um atestado médico de saúde e,
por isso, é automático.
O SR. REGINALDO PUJOL: Então, V. Exª esqueceu de avisar à
Liderança do PFL da necessidade de ser avisado o Suplente, se quiser assumir em
função de que eleito o Vereador pela legenda do PFL, a sua linha de
substituição é mantida, de acordo com a Justiça Eleitoral, dentro do Partido.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): É real, eu sei que V. Exª sempre está
muito atento e por isso que eu cometi essa falha de não apregoar esse direito
que tem o PFL de poder indicar o Suplente.
O SR. REGINALDO PUJOL: O PFL está consultando os Suplentes para
exercer essa prerrogativa.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu sabia desnecessário, despiciendo dada
a atenção que V. Exª sempre tem em todas as Sessões.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sou grato a Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho
observado debates maiores, menores, outros em torno de grandes questões e
poucos sobre os assuntos locais. Eu, hoje aqui, Sr. Presidente, usando o espaço
da Liderança do trabalhismo, inicialmente, quero fazer duas manifestações: uma
delas, uma saudação ao Dia Internacional da Mulher. Acho que o nosso Partido,
que, no seu programa, contemplou como uma das prioridades maiores a questão das
mulheres, sociologicamente minorias, não poderia, nesta oportunidade, usando a
tribuna nesta Casa, deixar de saudar as mulheres no dia maior, e que não
comemoramos apenas de forma retórica, mas também, isso sim, em manifestações de
ocupação de espaços cada vez mais importantes na vida da nossa Cidade, de nosso
Estado e do nosso País.
De
outra parte, quero também, nesta oportunidade, cumprimentar o Ver. Cassiá
Carpes, o valente, o corajoso, o íntegro Ver. Cassiá Carpes que, certamente,
deverá... E aqui eu não tenho pruridos em até referir o seu nome, pela valorosa
conduta que tem tomado. E o faço, também, em reconhecimento de meus pares do
PDT, como um Partido co-irmão, o Partido Trabalhista Brasileiro, que hoje tem a
irresignação, a inconformidade, a rebeldia do Ver. Cassiá Carpes, que não se
submeteu à capitulação, aos interesses daqueles que defendem o princípio de que
é dando que se recebe!
Hoje,
o Governo Federal, o ético Governo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, não está
contemplando permissões de rádio e de tevê. Não sei até quando, mas está
contemplando cargos e mais cargos àqueles que se aliam a ele, aliados, neste
momento, puramente por interesse. Por isso, Ver. Cassiá Carpes, eu tive a
oportunidade - V. Exª não estava no Plenário - de mencionar e referir a sua
atitude corajosa, independente e leal aos princípios do trabalhismo e do
Presidente Getúlio Vargas, porque, hoje, se não fossem essas vozes dissonantes,
eu não tenho dúvida de que o PTB e o PDT já estariam marchando juntos numa
única sigla.
Infelizmente,
a política é isso que a gente assiste e que, cada vez mais, afasta o cidadão
comum da política, porque ele não consegue entender as mazelas do dia-a-dia da
politicagem do Planalto, em que o Sr. Fernando Henrique Cardoso, o Sr. Luiz
Inácio Lula da Silva, o Sr. José Dirceu, bem como os que passaram, como o Sr.
José Sarney, são todos farinha do mesmo saco. Infelizmente, é isso que tem
desiludido as pessoas, aquelas que apoiaram o Lula achando que ele era uma nova
alternativa ética em termos de política no Brasil.
E,
infelizmente, as mesmas atitudes que se repetiam no passado, no Governo do Sr.
José Sarney e até no contestado Governo de Fernando Collor de Melo, são
tomadas. Só para citar um exemplo, hoje, a tropa de choque de sustentação do
Governo Federal tem, lá em Brasília – os senhores sabem quem faz parte da tropa
de choque –, o Sr. Roberto Jefferson do PTB - não do PTB do Ver. Cássia, o Sr.
Roberto Jefferson foi da tropa de choque do Sr. Fernando Collor de Melo, e,
hoje, está junto, dando sustentação contra a CPI, contra as investigações sobre
o caso Waldomiro Diniz; estão lá porque temem a voz e a palavra. Não dá para
entender!
Eu
encerro, Sr. Presidente, apenas aduzindo que as pessoas estão cada vez mais,
infelizmente, enojadas e mais decepcionadas com tudo o que se assiste em
matéria de política neste País. Esses novos que estão aí não estão fazendo nada
de novo, estão repetindo o que os governantes acusados de corruptos no passado
faziam. Infelizmente, o que se vê, é que são todos farinha do mesmo saco.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós sempre ficamos muito honrados quando
recebemos a visita dos nossos ex-Vereadores. Hoje, está entre nós o Ver. Jaques
Machado, que nós aprendemos a admirar pela sua atuação nesta Casa, e que,
agora, é o nosso representante na Ulbra, onde tem um cargo importante nessa que
é uma das universidades mais importantes do Rio Grande do Sul. Seja muito
bem-vindo a esta Casa, meu amigo Ver. Jaques Machado. (Palmas.)
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver.
Carlos Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.
A
rua que vai-se chamar Hortencio Machado de Lima, vai conter nas placas
denominativas: “Líder comunitário, sócio-fundador da Associação dos Moradores
da Chácara do Banco.” Hortencio Machado Lima nasceu em Tupanciretã, foi militar
condecorado do Ministério da Guerra, tendo sido convocado para ingressar nas
tropas de elite do Exército Brasileiro. Com a convocação do Exército durante a
2ª Guerra Mundial, residiu alguns anos no Rio de Janeiro; depois, foi à Itália
e retornou ao Brasil. Em 1981, escolheu, como a sua última residência em vida,
a Vila Chácara do Banco, sendo o segundo morador da Rua B, que, a partir de
então, vai-se denominar Hortencio
Machado de Lima.
Foi um morador atuante na região; homem preocupado com a
família e com a comunidade, e, com seus conhecimentos militares, abriu no pátio
de sua residência, na época, um poço artesiano, o qual, até hoje, quando falta
água, serve de auxílio a vários moradores.
O
Sr. Hortencio foi uma figura ímpar dentro da comunidade. Era conhecido e
admirado por todos; sempre estava disposto a ajudar a todos, era chamado, na
Restinga, há alguns anos, de Prefeito da Vila.
Os
últimos anos da vida deste morador foram em prol da comunidade; ficava sempre
ajudando a sua vizinhança. Conseguiu, também, ajudar na regularização fundiária
daquela área. Foi um cidadão - e falamos de forma simples - que devotou toda a
sua vida para o bem da sua comunidade.
Há
outra rua também, destinada a Antonio Nunes Vieira, que nasceu em Torres;
quando veio aqui para Porto Alegre, primeiro morou na Vila Brasília, mas, a
partir de 1982, ele se deslocou também para a Chácara Loteamento do Banco.
Atuou como Presidente da Associação, e o seu filho, ainda hoje, é Presidente da
Associação dos Moradores da Chácara do Banco.
Foi,
também, daquelas pessoas que durante toda a sua vida lutou de forma coletiva
pela melhoria da vida do seu povo.
Então,
por isso, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós entendemos como mais do que
justa a homenagem a esses dois ilustres, que, muitas vezes, podem ser
desconhecidos da comunidade como um todo, mas podem ter certeza de que são
pessoas ilustres e reconhecidas junto à sua comunidade local.
E
é por isso que nós fazemos questão de resgatar um pouco da história daqueles
que conseguiram, dentro do seu bairro, fazer a história para si e para os seus.
E
é em nome disso que nós pedimos, futuramente, a aprovação por parte de todos os
Pares para essas duas ruas: Rua Antonio Nunes Vieira e Rua Hortencio Machado de
Lima. Muito obrigado, Presidenta Verª Margarete Moraes.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Renato Guimarães está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, comunidade que nos acompanha, eu acho importante
a gente poder fazer um debate aqui na Casa no sentido de organizar a discussão,
a estrutura da nossa Pauta de projetos.
O
Ver. João Dib insiste em trazer um debate à tribuna - e o Vereador esteve na
presidência da Casa, sabe, conhece - sobre que tipo de tramitações poderiam ser
feitas via Mesa, para organizar o conjunto dos projetos na Casa. Ele esteve
presidindo a Mesa, sabe disso, e traz algumas propostas, por exemplo, a de a
gente agrupar projetos na área de denominação de ruas, no sentido de propor
agilidade na Pauta.
A
preocupação que eu tenho, é comum e é necessária, é que os Vereadores acabem
querendo colocar matérias com certo grau de individualismo, até para que possam
ter visibilidade a partir da sua proposição. Isso não é uma coisa do Vereador
a, b ou c. Eu, pelo menos, nos anos em que estou aqui nesta Casa, já acompanhei
inúmeras proposições do Ver. João Dib nesse sentido de denominação de ruas.
Então, eu acho que a preocupação que o Vereador está trazendo, no sentido de
nós organizarmos melhor a Pauta, tem de ser fruto de uma construção coletiva,
das Lideranças, da Mesa desta Casa, para que se possa garantir a visibilidade,
a autoria das matérias, mas também possa fazer com que a Pauta seja mais ágil
na sua tramitação, facilitando o trabalho dos Vereadores.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Renato Guimarães, eu defendi a tese da simplificação. Quem
sabe se apenas uma Comissão analisasse? Poderia ser a Comissão de Educação ou a
CUTHAB. Não precisariam de três Comissões. Olha, eu não conheço um caso em que
os nomes tenham sido negados. Então, eu acho que nós podemos...
O SR. RENATO GUIMARÃES: A própria Comissão de Constituição e
Justiça poderia responder essa questão, fazendo uma análise desse projeto, para
verificar se ele está respondendo aos pré-requisitos da Casa e estaria sanada a
vontade de vir para Plenário.
O Sr. João Antonio Dib: Harmonicamente pode ser simplificado.
O SR. RENATO GUIMARÃES: E também, da mesma maneira, já gostaria
de deixar aqui um registro. Há projetos, Ver. Pedro Américo Leal, idéias que
aparecem aqui - há comunidades que nos procuram para tratar de alguns temas - e
a autoria destes projetos não tem de ser, necessariamente, de apenas um
Vereador. Três, quatro, cinco Vereadores, um grupo pode estar tratando de uma
matéria e, para acabar com aquela história de que o Vereador sai correndo para
pôr seu nome numa lei, a gente tem de abrir um expediente. A gente vem
conversando isso com a Diretoria Legislativa, junto ao Protocolo, e acho que a
Mesa tem de aproveitar esse momento e também discutir isso para que possamos
abrir a autoria de Projetos para mais de um Vereador, para que haja visibilidade
no espelho da Sessão, e a tramitação do Projeto possa ser da lista de
proponentes; acho que é outra coisa que a gente pode acertar no sentido de
ajudar, de facilitar a tramitação e o debate dos projetos.
O Sr. Darci Campani: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Renato, um dos Projetos que está em discussão tem mais de um
autor, não lembro se é da Verª Margarete Moraes...
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sim, da Verª Margarete e do Ver. Pujol.
O Sr. Darci Campani: Acho que é uma iniciativa realmente
saudável, que às vezes transpassa a proposta de um Partido somente, pega vários
Vereadores de vários Partidos. Na questão da tramitação de nomes de ruas, o
Vereador falou que não lembra de nenhum que tenha sido rejeitado. Lembro-me -
não sei se era nome de rua ou homenagem -, nesta Casa, que principalmente a
comunidade judaica se sentiu bastante constrangida com um nome, tendo em vista
ser uma pessoa ligada ao nazismo. Então, acho que tem de tramitar, mas vejo que
após passar na Comissão de Constituição e Justiça poderia tramitar
paralelamente em todas as outras Comissões. Realmente não há porquê; a Comissão
de Justiça dá o Parecer inicial e nas outras tramita em conjunto.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Esta é uma Casa democrática em que o
debate está permanentemente colocado e acho que a matéria - no caso das
denominações e premiações - indo para a Comissão de Constituição e Justiça,
vindo para Plenário e tendo seu espaço para debate, essas questões da
diversidade, da democracia, da opinião e da oposição vão estar colocadas,
facilitando a tramitação de projetos. Portanto, também sou a favor de que a
gente agilize no que puder, junto à Mesa, resoluções para atender a essas
preocupações que estão sendo levantadas na tribuna. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Vereador que me antecedeu na tribuna levanta
uma tese fundamentada acerca da tramitação dos projetos na Casa. Em verdade, eu
já havia-me estabelecido, busquei inscrever-me para a discussão em Pauta em
função de uma situação que, como bem lembra o Ver. Darci Campani, serve,
inclusive, para exemplificar essa situação, que decorre, Srª Presidente, até de
um gesto muito fidalgo de V. Exª, que, decidindo, no ano passado, propor uma
homenagem ao Conjunto de Folclore Internacional Os Gaúchos, distinguiu-me com a honra de assinar, junto com V. Exª
essa proposição. Sei que V. Exª assim procedeu, numa homenagem que nos fez,
pela circunstância de termos sido, lá nos idos de 1996, que propusemos e
obtivemos aprovação da Resolução nº 1.312, que instituiu o Prêmio
Tradicionalista Glaucus Saraiva, a ser concedido anual e individualmente, e que
foi outorgado, na primeira oportunidade, ao grande jornalista e homem de
comunicação, Antônio Augusto Fagundes.
Mercê
dessa Resolução, desde 1996 a Casa tem, anualmente, feito algumas homenagens.
Foi da nossa iniciativa a homenagem primeira a Antônio Augusto Fagundes, e,
posteriormente, a vários valores que, destacadamente, marcaram a cultura
gaúcha. Barbosa Lessa é um belo dum exemplo, Luiz Menezes, Mozart Pereira da
Silva e tantos outros que, ao longo do tempo, vieram a receber essa homenagem,
sendo que o nosso querido amigo Otto foi o último a ser homenageado ao longo do
ano de 2003.
Creio
que essa galeria de grandes vultos vai ficar engrandecida, e a sensibilidade de
V. Exª em buscar nos gaúchos os homenageados do ano tem justificativa na própria
proposição, que instituiu a Comenda Glaucus Saraiva, na medida em que nós
prevíamos que esse Título fosse conferido a artistas, compositores, músicos,
cantores, poetas, escritores, que têm-se destacado na defesa, divulgação,
propagação do culto à tradição farroupilha.
Nada
mais adequado do que gizar e enaltecer a atuação do gaúcho que, na sua
atividade, tem sido, indiscutivelmente, o grande divulgador dos objetivos
contidos na instituição da Comenda.
A
Exposição de Motivos que acompanha o Projeto é ampla e extremamente elucidativa
da adequação da homenagem pretendida, que tem o nosso mais amplo assentimento,
até porque - já afirmamos de início - nós nos sentimos homenageados por V. Exª
ao nos permitir a honra de subscrevermos esta proposição que, certamente, neste
ano que se antecipa de grandes debates nesta Casa, vai dar uma pausa nesse
debate, quando, certamente, na Sessão Solene referente à data magna
farroupilha, nas proximidades do 20 de Setembro, vai ensejar essa sua
proposição, nesse interregno, que nós levemos a cabo essa homenagem, muito
merecida, muito adequada, sobretudo muito ajustada aos objetivos daqueles que
nos inspiraram - e não foram poucos - a fazer essa proposição, que é um uma
forma, Ver. Cassiá Carpes, de manter vivo, aqui nesta Casa, o culto às
tradições farroupilhas. E se faz isso de várias maneiras: ora gizando a atuação
de um comunicador social, ora de um cantor nativista, em outras ocasiões de
poetas e em outras tantas, de escritores, e agora, com esse grupo de folclore,
que é, sem dúvida nenhuma, uma das coisas mais importantes que a cultura gaúcha
produziu nos últimos tempos.
Meus
cumprimentos, Verª Margarete Moraes, e, ao mesmo tempo, muito obrigado por me
ter permitido dividir com V. Exª essa honra. Era isso, Srª Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol.
O
Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós temos importantes Projetos em Sessão de Pauta
na tarde de hoje. Eu quero me referir, se o tempo permitir, a três Projetos.
Um, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, que modifica a Lei nº 8.447/99,
porque essa Lei, ao alterar uma Lei anterior, a Lei nº 3.187, que fazia menção ao
ambulante florista, deixou uma lacuna, e o Ver. Oliboni oportunamente apresenta
um Projeto corrigindo e modificando essa Lei, acrescentando seis parágrafos ao
seu art. 15. Portanto, um Projeto extremamente importante.
O
outro Projeto, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, dá o Prêmio Gildo de
Freitas ao repentista Volmir Martins, e é também um Projeto extremamente
oportuno. O repentista Volmir Martins, que nasceu em Venâncio Aires, tem mais
de 500 troféus por participar em rodeios, em festivais não só no Rio Grande do
Sul, mas fora do Rio Grande do Sul. Sem dúvida, é um dos grandes expoentes da
nossa cultura nativista. Já participou de programas como o Jornal do Almoço,
Globo Esporte, Fogo de Chão, da RBS, e o Programa Nativista, da Bandeirantes;
também Galpão Crioulo, da RBS, e Fogo de Chão, da Bandeirantes. Tive a
satisfação de conhecer o Volmir quando eu coordenei a CRC, hoje GRC. Coordenei
o Orçamento Participativo e propus que ele fosse contratado, por intermédio de
convênio, para a abertura das reuniões do Orçamento Participativo, das 16
Regiões. O Vereador autor se esqueceu de dizer isso, um fato que também foi
muito importante, até para a divulgação e reconhecimento do trabalho do Volmir
que, nas 16 Regiões do Orçamento Participativo e nas seis temáticas, abriu
todas essas plenárias e, em verso, ele e um outro companheiro trovador,
homenagearam as vilas, contaram a história das comunidades - Ver. Haroldo de
Souza, que é o autor do Projeto -, também falando sobre as demandas do
Orçamento Participativo.
Eu
tive, inclusive, a felicidade de gravar todos esses versos feitos de improviso
pelo Volmir Martins, depois degravei e na verdade deu quase que um livro de
trovas sobre os assuntos importantes da nossa Cidade, porque ali ele versou
sobre as demandas de cada comunidade, sua história , seu povo e assim por
diante.
O
terceiro Projeto é o da nossa Presidente, Verª Margarete Moraes, que homenageia
Pedro Raimundo, dando o nome a um loteamento no Chapéu do Sol. É uma lembrança
extremamente oportuna e que revela a versatilidade da companheira Presidente
Margarete Moraes que transita da arte moderna à arte nativista, reconhecendo a
importância desse grande trovador, gaúcho por adoção, já que nasceu em Santa
Cataria, em Maruí, e que aqui participou em programas da Rádio Farroupilha,
depois foi para o Rio de Janeiro, onde faleceu, e participou de programas na
Mairynk Veiga, na Rádio Tupi e assim por diante. Pedro Raimundo, sem dúvida, é
uma homenagem que faltava na nossa Cidade, destinando o nome de um logradouro público
a esse gaúcho que nasceu em Santa Catarina e que é um gaúcho por adoção, e
revela, como eu disse, a versatilidade da nossa Presidente Margarete Moraes,
com uma idéia muito feliz de homenagear esse grande nativista. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Antes de passarmos à Ordem do Dia, esta
Presidência coloca à disposição das Bancadas o tempo de Liderança.
O
Ver. Darci Campani está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DARCI CAMPANI: Cara Presidenta, Verª Margarete Moraes,
venho em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, para ecoar nesta Casa
denúncia feita pelo Deputado Estadual do PT, nosso querido Frei Sérgio, que nos
coloca sobre uma vistoria feita pela Delegacia Regional do Trabalho na
propriedade do Sr. Alfredo Southall, em São Gabriel. Propriedade que já foi
ação de desapropriação pelo Governo Federal e que, infelizmente, a nossa
Ministra da Justiça indeferiu a desapropriação. Na época foi denunciado que a
Ministra é parente do proprietário, do Sr. Alfredo, e que, portanto, deveria
ter- se julgado como impossibilitada de dar parecer no Processo, uma vez que a
sua filha é herdeira de parcela da propriedade e que, portanto, não poderia ela
estar defendendo os interesses de sua filha. Mas a vistoria da Delegacia
Regional do Trabalho nessa propriedade demonstra que ali se trata realmente de
um latifúndio mal-administrado, administrado em bases daquele capitalismo mais
selvagem que nós todos combatemos. Foram encontrados vários trabalhadores com
contrato de trabalho em branco, o que pode-se dizer, em outras palavras, é
muito próximo do trabalho escravo.
Então,
mais uma vez, comprova que o Governo Federal tinha razão ao desapropriar essa
propriedade de São Gabriel, que realmente a propriedade rural, a propriedade no
Brasil tem de, cada vez mais, atender aquela vírgula que há na Constituição
Federal: "...a propriedade é privada, mas tem de atender ao interesse
público". Isso alguns colegas Vereadores vieram aqui defender contra o
Governo Federal que, realmente, era injusto, alguns Vereadores especializam-se
no antes da vírgula - a defesa da propriedade privada - e, se esquecem do
depois da vírgula. A nossa Constituição, felizmente, gravou que a propriedade é
privada, mas tem de atender aos interesses públicos. Interesses públicos que
são: a produção de alimentos para a nossa população, a garantia de emprego, que
é feita através da Reforma Agrária no nosso Brasil - que estamos esperando há
tantos anos. E o companheiro Lula está começando implantar um programa
audacioso de Reforma Agrária, mas, infelizmente, se a Justiça vier a atrapalhar
e a tomar decisões, no caso, de interesse pessoal e particular, aí vai ser
bastante difícil o Governo Federal avançar com o seu projeto de Reforma Agrária
tão batalhado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e até defendido por
todos os Partidos que estão aqui nesta Casa, a Reforma Agrária, como uma
bandeira de luta justa, com algumas diferenças, com discordância em relação ao
Movimento dos Sem-Terra. Mas todos aqui defendem a Reforma Agrária, pelos seus
discursos nesta tribuna.
Então,
fica aqui o registro em relação a mais essa constatação de que, realmente, o
Governo Federal estava certo quando desapropriou a Fazenda São Gabriel.
Gostaria
de, rapidamente, fazer três registros que ficaram, infelizmente, pendentes, na
semana passada; nós perdemos um espaço de liderança, mas quero responder aos
Vereadores da Oposição. O Ver. Luiz Braz - não sei se está no plenário ou se
está nos ouvindo do seu gabinete - questionou a licitação da mecanização da
coleta do lixo e nos trouxe algumas informações que não correspondem
exatamente, precisamente à realidade. A mecanização da coleta já é estudada no
DMLU desde 1990. No segundo ano de Administração, nós já começávamos a discutir
a implantação de um projeto piloto no Bairro Humaitá. Infelizmente, na época,
não tivemos condições de implantar, e a discussão continuou, e, agora, vem o
Edital de que a informação que ele deu de uma liminar não vem a dar em nada,
porque a licitação foi deserta e a acusação de que era uma licitação dirigida,
foi tão dirigida, que ninguém conseguiu se apresentar.
Quanto
a balneabilidade, que tem sido questionada por vários Vereadores aqui, a gente
tem de trazer, também, aqui a balneabilidade na foz do Mampituba e na foz do
Tramandaí que, também, a cada avaliação que é feita, trocam, porque as
condições dos rios mudam. Não podemos falar da falta de seriedade da FEPAM,
assim como não podemos falar, também, da falta de seriedade dos técnicos da SMAM,
que se baseiam em laudos do DMAE. Não é o DMAE, conforme o Vereador aqui
noticiou, não é o DMAE que interdita a praia, mas a SMAM, em cima das análises
feitas pelos técnicos do DMAE.
Então,
só para concluir, outra informação errônea dada aqui: o Projeto Ponta da
Cadeia, com o sistema de tratamento que vai ser implantado para toda a área do
Centro da Cidade, aquela construção que é um poço na Tristeza, não é de
responsabilidade do Sr. Todeschini, atual Diretor; é um projeto que já vem há
mais anos sendo discutido, não é responsabilidade do atual Diretor do DMAE. Ele
defende, acha que, tecnicamente...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Darci Campani, tempo
esgotado, por favor.
O SR. DARCI CAMPANI: O Projeto se defende tecnicamente, e aqui
foi feita acusação pelo Vereador do PMDB, sendo que Fortaleza, administrada
pelo PMDB, utiliza o mesmo método. Então, para uns serve, para outros não
serve. Quando eu administro serve, quando eu não administro não serve...
(Som
cortado conforme determinação da presidência dos trabalhos.)
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, a Bancada do Partido Progressista cumprimenta as mulheres pelo Dia
que hoje comemoramos.
Eu queria lembrar que nesta semana o Executivo deverá sancionar o aumento das passagens de ônibus em Porto Alegre. O aumento de 7% para as passagens de ônibus! Eu, pessoalmente, acho que o preço da passagem está adequado, que o transporte é bom, mas eu vejo a inoportunidade da medida. No momento em que temos informações de que o desemprego, mais uma vez, aumenta em Porto Alegre, vem o Executivo e aumenta o preço das passagens. E nós nos preocupamos com o preço da passagem e não nos preocupamos com a geração de emprego e renda em Porto Alegre, que cada vez aumenta mais. Que medidas o Executivo está tomando para gerar emprego em Porto Alegre? O turismo, que mais gera emprego, está abandonado. O Parque Industrial da Restinga, a mesma coisa. Os impostos continuam elevados. E aí, como é que nós vamos incentivar as empresas a investirem, a fazerem novos empreendimentos que gerem emprego e renda? É uma preocupação que esta Casa deve ter.
E
os jornais de hoje noticiam, mais uma vez, novas denúncias que atingem a Casa
Civil. Vejam, denúncias pelas informações que temos, devidamente comprovadas,
rubricadas, assinadas, nomeadas pelo Sr. José Dirceu, pessoas de sua confiança,
inclusive candidato a Deputado Estadual, derrotado – parece que aqueles
Ministérios são um depósito de derrotados! À custa dos impostos da população do
nosso país.
E
vejam, senhoras e senhores, a irresponsabilidade do nosso Governo, que o
Ministro da Cultura, Gilberto Gil, depois de correr atrás do trio elétrico, na
Bahia, o que fez, Ver. Dr. Goulart? Foi fazer uma turnê artística por vários
países do mundo para faturar, porque diz que o seu salário, como ministro, é
insuficiente. Vejam a irresponsabilidade que estamos vivendo! Vai ficar 15, 20
dias em turnê artística para arrecadar recursos, porque o seu salário, de 8 ou
10 mil reais, é insuficiente. Até concordo! Mas, vejam, como é que um Ministro
pode ter essa postura?
E,
agora, queremos, também, esclarecer este assunto de novas denúncias da Casa
Civil, de pessoas de confiança do ilustre Sr. Presidente da República, que,
parece, não está sendo mais tão ilustre, porque denúncias se acumulam.
Denúncias,
agora comprovadas, de manipulação de uma negociação com a Fundação de
Seguridade Social, que tem o monopólio da Previdência Privada do Distrito
Federal, e feita a negociação dentro da Casa Civil! Queremos ver esclarecida!
Agora,
mais do que nunca, a CPI se torna necessária e importante para o País.
Obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
Nós
entendemos que isso é o resgate da Câmara Municipal de Porto Alegre para com as
mulheres. Esse Projeto já ficou tramitando por mais de um ano, volto a dizer, e
a sua demora foi relativa à questão específica do parecer do Conselho Municipal
de Direitos da Mulher. E o Conselho Municipal de Direitos da Mulher fez questão
de dizer, em seu artigo 1º, que fica autorizado o Executivo Municipal a criar o
Conselho Municipal de Direitos da Mulher com a competência propositiva,
consultiva, fiscalizadora, normativa e deliberativa no que se refere às
matérias pertinentes ao direito da mulher, bem como instituir seus órgãos de
apoio. Então, é baseado nisso que nós propomos a criação desse prêmio. E a
conclusão do COMDIM diz o seguinte (Lê.): “Entende o COMDIM, Conselho Municipal
de Direitos da Mulher, que a indicação das mulheres a serem agraciadas,
conforme a proposição do Ver. Carlos Alberto Garcia, deve sofrer o processo
democrático, efetuada por este Conselho, com indicação retirada da plenária
formada pelo COMDIM e Fórum Municipal de Mulheres, visando, dessa forma, a
incentivar mulheres que realmente se destacam na comunidade em ações que
promovam, monitorem, auxiliem, apóiem, desenvolvam e assegurem a participação
feminina em todos os níveis e setores de atividade municipal".
De
outra forma, é reconhecer o caráter legal do COMDIM. Então, baseado nisso, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, mais uma vez, nós queremos apresentar aos nobres
pares este Projeto de Resolução, que institui o Prêmio Mulher em Ação, em cinco
áreas: Educação, Saúde, Direitos Humanos, política e atuação comunitária. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
queria ter a atenção especial do Ver. Cláudio Sebenelo e do Ver. Dr. Goulart,
porque eu estou altamente temeroso que, em breve, nós tenhamos todos os planos
de saúde deste País fechados, dentro da técnica, Vereador-Presidente, de que,
onde há problema, a gente termina com a atividade. Ver. Haroldo de Souza, que
ainda esta tarde se manifestou e que sabe que esse episódio do bingo é uma retirada de sofá da sala, e, agora, eu
lhe pergunto, Vereador, como vai ficar essa história dos planos da saúde?
Entregaram, lá, sem concorrência? A coisa envolve mais de um bilhão de reais. A
dirigente dessa instituição, que é privada, não pública, é uma companheira
malsucedida, que não conseguiu se eleger Deputada pelo PT, lá em São Paulo, que
o competente Chefe da Casa Civil conseguiu designá-la para essa atividade,
retirando da direção dessa Fundação o anterior Diretor, colocando-o na Casa
Civil, e a colocando no lugar dele, e, aí, administrando esse negocinho de mais de um bilhão de reais.
O que nós temos de fazer, Ver. Luiz Braz? Ah, vamos fechar a Golden Cross,
vamos fechar a Ulbra Saúde, vamos fechar o Bradesco Saúde, vamos fechar tudo.
Plano de saúde dá rolo para o Governo; então, fecha. Fecharam os bingos, agora
vão fechar os planos de saúde. É a expectativa que eu posso ter, o temor que eu
posso ter. Ora, eu vou dizer: não podem fazer isso, não podem prejudicar
milhares de brasileiros que têm plano de saúde, pagam regularmente. Isso não
precisa se levar em conta, Ver. Haroldo de Souza, V. Exª tem razão, para manter
a situação do José Dirceu, nós deixamos trezentos e vinte mil pessoas
desempregadas e se desestrutura, para moralizar a Nação.
Agora,
apertou o negócio do outro lado: deixam-se as pessoas sem plano de saúde. Isso
aqui é para moralizar os planos de saúde, é porque foi dado o monopólio dos
planos de saúde para uma instituição privada, dirigida por uma pessoa que
concorreu à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, pelo PT, não logrou
ser eleita e ganhou como prêmio essa atividade, que, para ser melhor ainda,
ganhou um monopólio do serviço de saúde para os servidores públicos federais.
Então,
Presidente, eu vejo a coisa de forma muito complicada. Eu entendo que,
naturalmente, haja razões até de se sentir um pouco aliviado o Governo Federal,
em função daquela jogada do Senador de Sergipe, do PDT, que alguns chegam até a
achar que era cobra mandada: vai lá, faz uma acusação fraca, banca a testemunha
de acusação, e, com isso, inclusive, esvazia o processo. Estão tão lenientes
com relação a esse processo todo que no meio das bravatas do Senador sergipano
existiam, Ver. Isaac Ainhorn, algumas situações que indiscutivelmente estaria -
num País que estivesse efetivamente comprometido em eliminar focos de corrupção
- a indicar, no mínimo, atividade omissiva por parte do Chefe da Casa Civil
quando ficou claro que ele foi informado do relatório da Polícia Federal a
respeito dessas ligações perigosas do Waldomiro. E nem isso foi motivo para que
ele tomasse alguma atitude. Diz o Chefe da Casa Civil que vai continuar no
Governo. Então continue, quem o convidou o está mantendo, então, mantido está.
Agora, que a Nação e a sociedade brasileira continuam a esperar, no mínimo uma
explicação razoável desse processo todo, a Nação continua. Aquela tentativa de tirar o sofá da sala, de jogar o negócio
para cima dos bingos, de dizer que os bingos lavam dinheiro, fazem isso e fazem
aquele outro, não é o suficiente, porque, até se isso ocorresse, não seria o
suficiente para justificar todo esse processo, até porque esses bingos que hoje
são acusados de lavar dinheiro, de fazer todas essas situações, são entidades
que o Governo Federal - e V. Exª sabe bem disso, Ver. Luiz Braz, já ouvi
pronunciamentos seus nesta linha -, no ano passado, listou, em Projeto de Lei
Complementar, como atividade tributável, determinando que os Municípios
cobrassem tributos em cima da atividade dos bingos. E olha, eu nunca ouvi dizer
que a lei determinasse a alguém pagar tributos por uma atividade clandestina ou
ilegal, e, se isso ocorre, é uma barbaridade, é um crime maior ainda, porque o
Governo está mandando cobrar imposto dos que lavam dinheiro e dos que têm
atividade clandestina.
Por
isso, Sr. Presidente, eu fico com essa preocupação. Vereador Cláudio Sebenelo,
V. Exª que é o homem da Saúde, cuide, porque os planos de saúde podem acabar de
uma hora para outra, para continuar o Zé Dirceu na chefia da Casa Civil do
Presidente Lula.
(Não
revisto pelo orador.)
(A
Verª Margarete Moraes reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, eu já tive oportunidade
de consultar a seus colegas de Mesa, especialmente ao que dirigia os trabalhos
na ocasião, acerca do afastamento, por Licença de Saúde, do Ver. Almerindo Rosa
Filho. Considerando que o Ver. Almerindo Rosa Filho foi eleito pelo Partido da
Frente Liberal, na sua ausência, cabe ao Partido da Frente Liberal indicar o
seu substituto. Os substitutos imediatos, os Suplentes imediatos, estão
impedidos de assumir, mas está presente, aqui no plenário, já estamos dirigindo
a comunicação à Mesa, o nosso companheiro Antônio Prestes Nascimento, que se
encontra presente para assumir na vaga aberta no dia de hoje pelo Ver.
Almerindo Rosa Filho.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Havendo quórum, passamos à
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 0738/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 019/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que
autoriza o Executivo Municipal a colocar equipamentos, no Município de Porto
Alegre, com o objetivo de identificar os bairros.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 01-03-04 (segunda-feira).
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o PLL nº 019/01, com Veto
Total. O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar.
O SR. CASSIÁ CARPES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, vou procurar ser objetivo, porque esse Veto já
está trancando a Pauta e acreditamos que é o momento de nós decidirmos se
derrubamos o Veto do Prefeito ou não, para que nós possamos dar andamento aos
trabalhos da Casa, já que esse não é o único Veto do dia. Temos mais dois Vetos
para serem apreciados neste Plenário e entendemos que é momento de nós darmos
seguimento aos trabalhos deste Legislativo.
Portanto,
mais uma vez, digo que este Projeto autorizativo, que tem o objetivo de ajudar
o Executivo na valorização das comunidades, na valorização, Ver. Dr. Goulart,
do dia-a-dia do cidadão. Nós não quisemos, naquela oportunidade, interferir no
Poder Executivo, e sim ajudá-lo a dar uma alternativa. O objetivo fundamental
deste Projeto não é simplesmente, objetivamente ou definitivamente limitar os bairros,
e sim valorizá-los, fazendo com que cada bairro com a sua peculiaridade seja
identificado, padronizado pelo Executivo, orientado, regulamentado pelo
Executivo e que isso venha a valorizar as comunidades. As placas que vimos pela
Cidade, Ver. Dr. Goulart, estão defasadas, pequenas, às vezes, amassadas,
malcolocadas, pois a Cidade mudou, o bairro já tem outra peculiaridade. As
associações de bairros serão valorizadas, as associações comerciais também,
enfim, a comunidade, porque é ela quem vai escolher, e vai, conjuntamente com o
Executivo, traçar um plano para a valorização das comunidades, colocando lá –
já usei exemplos – o seu bairro com a denominação e o porquê dessa denominação
– como temos a Vila Nova como sendo o Bairro do Pêssego, temos o Bairro da
Ameixa, Belém Novo, e assim por diante. Cada bairro com as suas comunidades vai
identificar - quem sabe, no passado, um bairro x da Cidade... parece que o
Bairro Menino Deus é o bairro mais antigo da Cidade, e assim vai, vão criando
alternativas, vão embelezando os seus bairros e trazendo para a comunidade a
identificação, por meio de pesquisas, por meio de concursos para valorizar o
seu bairro. Esse é o objetivo do Projeto, não é especificamente a determinação
dos limites dos bairros - isso até pode ser complementado no Plano Diretor, que
está sendo apreciado por esta Casa, numa avaliação; o que ele sintetiza,
simplesmente, é naturalmente a valorização dos bairros, identificando-os
perante a comunidade, porque quem vai escolher o local, conjuntamente com a
Prefeitura – tipo um pórtico –, são as comunidades, que vão valorizar, naquele
momento, Ver. Luiz Braz, naquele local o que simboliza o bairro. Ele não está
determinando o limite, mas determinando um local x do bairro, escolhido pela
comunidade, que vai identificar o bairro para que tenhamos uma valorização.
Então,
peço aos Srs. Vereadores que possamos derrubar este Veto. Peço que possamos dar
andamento a essa matéria, porque a Casa precisa trabalhar e, se nós não
derrubarmos este Veto, que esse seja, ao menos, votado, e seja o que Deus
quiser, porque a Casa tem de dar andamento. Esse é o pedido deste Vereador.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não são permitidos apartes, Ver. Pedro
Américo Leal.
O SR. CASSIÁ CARPES: É encaminhamento, Ver. Pedro Américo
Leal, desculpe. Eu gostaria muito de ouvi-lo, porque V. Exª é uma referência
para nós, mas, infelizmente, no período de encaminhamento de votação não pode
haver apartes. Eu encerro, pedindo a compreensão dos Srs. Vereadores para que
possamos votar, independentemente se a favor ou contra, mas que possamos dar
andamento aos trabalhos desta Casa. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 019/01, com Veto Total.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu aproveito
a oportunidade para solicitar que os Vereadores que ainda não vieram para o
Plenário, que estão em seus Gabinetes, venham para cá, para que nós possamos
colocar em votação, o mais rápido possível, este Veto, porque o objetivo é
derrubá-lo, fazendo com que possa viger essa legislação, pois acredito que ela,
realmente, seja útil para o nosso Município.
O
Município não está vedado de colocar a placa de identificação dos bairros; ele
pode fazer. Só que, até hoje, o Município de Porto Alegre, por intermédio do
seu Executivo, não as colocou. Por esse motivo, o Projeto do Ver. Cassiá Carpes
é absolutamente correto. O Vereador não está interferindo nas atividades
administrativas da Prefeitura Municipal. O que ele está fazendo é exercer o seu
direito de legislar, exercer as funções que o Vereador tem aqui nesta Casa de
fazer leis e de atuar, até mesmo, nos vácuos deixados pelo Administrador
Público Municipal. Eu acredito que o Prefeito Municipal - não apenas este, mas
também Prefeitos anteriores - teve todo o direito de colocar as placas
identificadoras. Por algum motivo, resolveram que não seria necessário. Entende
- e entendeu - esta Casa, por meio da maioria dos seus Vereadores, que esta
identificação é necessária, ou seja, que o Executivo Municipal deve, realmente,
colocar, nas diversas regiões, a identificação de cada um dos bairros. Eu acho
que isso é extremamente útil para a nossa sociedade, e, principalmente, para as
pessoas que vêm aqui visitá-la. Então, por isso mesmo, eu acredito que nós não
estamos cometendo aqui nenhuma demasia ao aprovarmos este Projeto do Ver.
Cassiá.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Considerando a Licença para Tratamento de
Saúde do Ver. Almerindo Filho e os impedimentos dos Suplentes, Vereadores Mário
Paulo Göttert, Wilson Santos, Luiz Negrinho e Professora Marili, a Mesa declara
empossado o Suplente, Ver. Antônio Prestes, nos termos regimentais, e que
integrará a COSMAM. Seja bem-vindo.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
019/01, com Veto Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Vereadora-Presidente, Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, saudando o Ver. Antônio Prestes do Nascimento,
cuja presença na Casa, neste dia, se dá pelo impedimento do Ver. Almerindo Rosa
Filho, eu aproveito também para saudar o Ver. Jaques Machado - quem foi rei
sempre será majestade -, Vossa Excelência que foi um dos grandes integrantes
desta Casa; queira Deus que um dia volte, para o benefício da população de
Porto Alegre.
Nós estamos aqui, Ver. Prestes, enfrentando este Veto do Sr.
Prefeito Municipal que se opôs a um Projeto aprovado por esta Casa e que é da
lavra do Líder da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, Ver. Cassiá
Carpes, que autoriza o Executivo Municipal a colocar equipamentos no Município
de Porto Alegre com o objetivo de identificar os bairros, e que foi aprovado no
dia 29 de outubro passado, por expressiva maioria, obtendo 14 votos a favor e 9
votos contrários.
O
Executivo faz um enorme esforço para justificar o seu Veto, e eu diria que nós
estamos gastando muito mais tempo em discutir este Veto do que seria gasto se o
Executivo simplesmente seguisse aquilo que é recomendado no Projeto pelo Ver.
Cassiá Carpes, identificando com mais clareza os inúmeros bairros da Cidade e
propiciando, dessa forma, que as pessoas não estivessem perdidas no Município
de Porto Alegre. Nada acontece por acaso, nem este Projeto aconteceu por acaso.
A sensibilidade do Ver. Cassiá Carpes verificou que a população tem enorme
dificuldade de se localizar nesta Cidade. Os moradores de Porto Alegre já têm
essa dificuldade, até porque as próprias placas sinalizativas das vias públicas
não existem, Ver. Beto Moesch, e, não existindo a identificação da rua, com
muito menor possibilidade existe a dos bairros.
Seria
bom para a Cidade, inclusive na sua organização, para receber as pessoas que
aqui acorrem, e não são poucas, tendo em vista a condição de ser Porto Alegre a
Capital do Estado do Rio Grande do Sul: centro das decisões
políticas-administrativas; sede dos tribunais Regionais, tanto da Justiça
Pública Estadual, como da Justiça Pública Federal. Enfim, tudo faz com que
inúmeras pessoas para cá se dirijam em função de necessidades várias, muitas
das quais até mesmo para aproveitar o lazer da Cidade de Porto Alegre.
E,
quando chegam aqui, nós precisamos explicar que o Porto Seco, onde foi colocada
a Pista de Eventos, não é um bairro da Cidade de Porto Alegre: Porto Seco é um
porto seco, que se localiza no bairro Ruben Berta, nas cercanias da Vila Santa
Rosa. Mas como vou explicar isso para alguém que está chegando em Porto Alegre
pela primeira vez, ou que não está familiarizado com essas coisas, Ver. Elói?
Isso é absolutamente impossível!
Então,
cria-se uma polêmica imensa em torno de um Projeto dessa ordem, que é fruto da
sensibilidade de um Vereador da Casa, que foi aprovado por ampla maioria, com
diferença de cinco votos. E, com isso, nós estamos até retardando o
desdobramento do ano legislativo aqui na Casa.
Por
isso, venho à tribuna antecipar que o voto da Bancada do Partido da Frente
Liberal - hoje redobrada com a presença do nosso ilustre colega e que já se
posicionou nesse sentido, conversando conosco já disse da sua intenção - é no
sentido de manter o Projeto e com isso prestigiar mais uma vez a boa iniciativa
do Ver. Cassiá Carpes.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 019/01, com Veto Total.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, nós já tivemos a oportunidade de nos manifestar sobre a matéria e
dizer que se trata de um Projeto bom, inteligente, porque visa singularizar,
destacar a particularidade de um determinado trecho sócio-político-territorial
do Município de Porto Alegre, embandeirando naquela área a sua qualificação, a
própria história, a tradição, enfim, um fato que denote a singularidade do
bairro.
Então,
entendemos, Srª Presidenta, Vereadores e Vereadoras, que se trata de uma
matéria que está encartada dentro da capacidade, da iniciativa e da competência
legislativa da Câmara. Eu dizia quando discutia o Projeto: “Pena que essa
iniciativa não tenha trazido com ela a determinação, a compulsoriedade inata a
Projeto de Lei”. Sabem todos que eu tenho restrições técnicas à natureza da
matéria - projeto legislativo -, mas em se tratando de uma decisão política -
tenho-me manifestado nesse sentido, muitas vezes, na Comissão de Constituição e
Justiça -, examino a matéria sob os esquadros jurídicos, legais, e
constitucionais. Mas, no plenário, manifesto-me, como regra, à questão do
mérito, porque não podemos ficar aqui contrariando matérias inteligentes e
boas, que possam contribuir para a qualificação da Cidade de Porto Alegre,
através do enriquecimento de seus logradouros, de suas áreas e dos bairros da
Cidade de Porto Alegre.
Então,
se não conseguirmos, aqui, Ver. João Antonio Dib, os votos necessários à
derrubada do Veto, nós até pediríamos que o Sr. Prefeito Municipal enviasse a
esta Casa uma matéria dessa semelhança, porque o que está-se votando aqui não
são, exatamente, limites de bairro - não há aquelas dificuldades legais da
limitação de bairro, não é isso -, mas apenas destacar no bairro, pelos meios
os mais diferentes, a sua qualificação, a sua história, a sua singularidade em
última análise.
Portanto,
fica aqui o nosso encaminhamento contrário ao Veto do Sr. Prefeito, propondo
aos Srs. Vereadores que se derrube o Veto.
Lamentamos
que este Projeto não tenha trazido o guante que a imperatividade determina,
porque, na minha opinião, ele se afeiçoaria ao arcabouço jurídico, legislativo,
em nível municipal, estadual e federal. Portanto, pela derrubada do Veto.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Darci Campani está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 019/01, com Veto Total.
O SR. DARCI CAMPANI: Cara Presidenta, Verª Margarete Moraes;
demais colegas aqui presentes, eu volto à argumentação que tive de usar, na
semana passada, enquanto estava em discussão este Projeto.
O
presente Projeto tem duas questões a serem discutidas: a primeira é o tal
projeto de lei autorizativo. Ainda agora eu confirmava com o nosso assessor, e
lembro da discussão. Foi criada essa figura não-jurídica, foi criada a idéia
dos projetos autorizativos no Governo em que o nosso hoje Ministro das Cidades,
Olívio Dutra, era Prefeito de Porto Alegre, porque a oposição fazia uma série
de projetos de lei que eram de iniciativa privativa do Executivo. Como os
autorizativos são projetos de lei de eficácia quase nenhuma, às vezes o colega,
companheiro, hoje Ministro, Olívio Dutra, até sancionou alguns deles, mas eram
completamente sem efeito, apenas de efeito visual, retórico. Passados alguns
meses de mandato, já estava, se não me engano, na época, aquele que viria a ser
o Deputado da “CPI da pizza” - da
Segurança - denunciando que existiam não sei quantos Projetos de Lei aprovados
por esta Casa e que o Prefeito Olívio Dutra não cumpria as leis.
Eram
Projetos de Lei que só serviam para número, só para aumentar o número de Projetos, aumentar o
currículo - alguns acham que o número de Projetos de Lei aumenta o seu
currículo, aumenta o número de votos; é a opção de alguns Vereadores desta
Casa. Mas, muitas vezes, são Projetos de Lei que não têm nada, que não influem
nada no dia-a-dia da nossa Cidade.
Em
cima desse relatório, feito por um Vereador desta Casa, o Executivo teve de
trocar de linha, e passou a vetar projetos autorizativos. Projetos de lei que
tinham vício de iniciativa, ou seja, eram privativos do Executivo, e a Casa
resolvia fazer, o Executivo passou a vetar. Com isso se viu uma alternativa
jurídica, aqui na Casa, que era o tal projeto de lei autorizativo.
O
que é o projeto de lei autorizativo? Daquilo sobre o que o Vereador já sabe que
não pode legislar, ele diz ao Executivo: “Está autorizado a fazer”.
Não
é preciso autorizar a fazer! O Prefeito vai fazer se quiser; se não quiser não
vai fazer. Significa que não é preciso fazer projeto autorizativo. O Prefeito
não precisa dessa autorização. É um projeto de lei sobre o qual o melhor termo
a utilizar-se seria despiciendo. Não
tem a mínima função esse Projeto de Lei: se o Prefeito quiser cumprir, cumpre;
se não quiser cumprir, não cumpre, porque é só autorizativo. Aí virão novamente
aqueles relatórios de leis que o Prefeito não cumpre, mas aí vai entrar um
monte de leis autorizativas e que o Prefeito não tem obrigação de cumprir.
Eu
acho que a gente deveria preservar o nosso espaço, preservar esta Casa política
para discussão política mais ampla, para discussão da realidade, para discussão
de coisas realmente de conteúdo, em vez de ficar votando projetos de lei
autorizativos. Então, o primeiro ponto a ser analisado seria este. Esta Casa
deveria fazer menos projetos de lei, algo mais concentrado. Alguns Vereadores
são uníssonos nessa tese de que devemos fazer menos leis, porque não adianta
fazer leis para elas não atuarem no concreto da Cidade. Assim, menos leis; leis
autorizativas não precisam ser feitas, porque o Prefeito, seja o nosso próprio
Prefeito, seja qual for o Prefeito que for eleito, não precisa cumprir.
Outra
coisa é o Projeto em si. Contraponho a informação, de novo, aqui, do Ver. Luiz
Braz, de que este Projeto de Lei precisaria de uma audiência pública. No
próprio Parecer dado por Comissão desta Casa, está lá registrado que foi
realizada por reunião plenária, neste auditório aqui, convocada pelo Executivo,
com número muito grande de entidades de bairros. Este plenário aqui, na parte
reservada ao público, já presenciou manifestação de associações de bairros a favor
do Projeto de Lei que vieram aqui reivindicar, que o Projeto de Lei tinha de
ser votado, e está tramitando aqui já desde 1998. Nós estamos em 2004, e o
Projeto de Lei que resolve, realmente, o problema não é votado por esta Casa
por interesse de alguns Vereadores de não votar esse Projeto de Lei. Aí, aqui,
quem tem interesse de que o Projeto de Lei não seja votado tem de vir dizer por
que é contra que o Projeto de Lei seja votado. Não há essa necessidade de
audiência pública, e a audiência pública já foi feita neste plenário; está
registrado no próprio Parecer da Comissão de Constituição e Justiça ou de
Orçamento e Finanças, conforme o Parecer que está lá no Processo.
Assim,
o Projeto de Lei não tem por que ser votado; tem de ser, realmente, rejeitado,
votando-se a favor do Veto do Sr. Prefeito.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar o PLL nº 019/01, com Veto Total.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente Verª Margarete Moraes, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, quando a gente
não deseja realizar algo em prol da Cidade, não adianta lei, então não adianta
ser autorizativa ou determinativa, não resolve nada. Eu fui Secretário de
Transportes e encontrei uma Lei autorizativa do Ver. Alberto André, e consegui,
porque existia aquela Lei autorizativa, feita 20 anos antes, fazer uma série de
pavimentações comunitárias nas ruas da Cidade. Havia uma Lei, mas havia a
vontade de fazer. Agora, o Executivo Municipal, por intermédio da sua Bancada,
dá uma série de desculpas aqui. Na verdade, ele não precisava do Projeto de Lei
de autoria do Ver. Cassiá Carpes. O Ver. Cassiá Carpes lembrou ao Executivo que
ele deveria fazer uma coisa dessas que, aliás, a Cidade já teve, quando o Touring fazia a sinalização da Cidade,
e, quanto ao fato de não estarem definidos os limites de bairro, também não há
problema nenhum, porque o material é removível, mas eles não querem fazer.
Tanto
é verdade que não querem fazer, que a Lei nº 383, de 1951, manda o Executivo
colocar as placas denominativas de ruas em todas as esquinas, e eles não fazem,
e eu agora vou começar a fazer pedidos de providências, sistematicamente, para
que as placas sejam colocadas, mas se eles acharem que a Lei nº 383 não serve,
com a Lei Complementar nº 12, art. 17, manda colocar as placas na rua, e eles
não fazem. Então, o problema não é da Lei, não é de perder tempo discutindo se
autoriza ou não autoriza, é de ter responsabilidade, mas é muito mais fácil
terminar o ano, como terminaram o ano com 100 milhões de reais no sistema
bancário. Aí fica tudo muito mais fácil. Quem tem dinheiro no sistema bancário,
quem tem dinheiro manda. Faz as pessoas pensarem que tudo é maravilhoso; agora,
quando não fazem, pagam.
Eu
leio na revista Veja sobre a seleção das cidades melhores do mundo, e não
aparece Porto Alegre que dizem aqui: “É a primeira Capital..”. Todos os dias eu
ouço isso aqui. Aparecem São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e outras Cidades
do Brasil, mas não tem a Cidade de Porto Alegre. Quando nós não tínhamos o
dinheiro que hoje tem, nós ganhávamos, todos os anos, o título de Melhor
Capital Brasileira; agora, tudo é difícil. Então, não adianta fazer leis. Nós
vamos tentar derrubar o Veto do Prefeito, mas ele não vai cumprir nada, porque
já existe uma lei determinando taxativamente: “Coloque as placas nas esquinas
das ruas de Porto Alegre”. É muito pouco dinheiro para quem tem 100 milhões de
reais no dia 31 de dezembro no sistema bancário.
Prefeito
João Verle: pode não atender o Ver. Cassiá Carpes, mas aprenda a lição que as
placas tem de ser colocadas, especialmente as denominativas de logradouros
públicos. Saúde e PAZ!
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para encaminhar PLL nº 019/01,com Veto Total.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu não vejo, neste momento, o autor do
Projeto que se encontra na Casa, o Ver. Cassiá Carpes, que apresentou um
Projeto que autoriza o Executivo Municipal a instalar equipamentos com o
objetivo de estabelecer limites entre bairros. E o Governo Municipal, Ver. Zé
Valdir, veta um Projeto desses. E V. Exª ainda diz: “Mas tinha de vetar mesmo”.
Eu concluo: não é amigo do rei, não pode ter seus projetos sancionados; não é
amigo do príncipe...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Zé Valdir.)
Não,
não é inimigo, é verdade. Vejam Vossas Excelências, uma Cidade que prima por
ter carências de placas indicativas. Eu desafio os Vereadores da Bancada
Governista do PT a encontrarem um bairro da Cidade em que haja um volume
razoável de placas indicativas de denominações de logradouros. Diariamente
Vereadores manifestam as suas preocupações, porque essa é uma cobrança
presente, permanente, Ver. Zé Valdir, daqueles que nos elegeram e esperam que
alguma coisa façamos em benefício da comunidade, dos munícipes e daqueles que
vêm visitar Porto Alegre.
Seja
por qual razão for, mas Porto Alegre vai ganhar um prêmio internacional, e a
Bancada Petista gosta muito - o PT, o Governo Municipal - de alardear que Porto
Alegre tem o melhor índice de desenvolvimento humano. Mas que índice de
desenvolvimento humano? Uma cidade que prima e é ausente nas indicações dos
logradouros públicos? E vêm aqui falar do Prefeito que não tinha Orçamento,
como o Prefeito Alceu Collares, e que fez um convênio com as entidades
privadas. E aqui me olha o Ver. Wilton, que foi o seu Secretário de Obras, o Ver. Araújo Wilton está aí, o Vereador
que é testemunha de um trabalho, de um convênio, e pediu, fez um convênio no sentido
de que as empresas pudessem colocar uma pequena indicação da sua empresa nas
placas de designação. Onze mil placas! Diz o Ver. Araújo Wilton que 11 mil placas foram colocadas. Agora, eu
digo o seguinte: é um descalabro administrativo.
Outro
dia o Jornal do Comércio estampou uma foto de uma placa da Rua Vinte e Quatro
de Outubro, que ainda era das placas doadas pelas empresas, ali na esquina do
Parcão, e eles estamparam que a placa estava virada de cabeça para baixo, Ver. Araújo Wilton. Até hoje a placa
está de cabeça para baixo! Até hoje não houve uma autoridade municipal
mudando-a. Qualquer dia eu vou me irritar e vou ter de ir lá, com uma escada,
virar a placa e botá-la em ordem, porque não há uma determinação governamental.
O
PT cansou de administrar, está prostrado, está - e o ex-Vereador Jaques Machado
nos visita hoje - virado num boi cansado,
e boi cansado não serve mais para
nada, não puxa a carreta! Está que é um boi
cansado, um boi véio. Um boi véio e cansado - é assim que está a
máquina dirigente da atual Administração. Sequer manda virar a placa ali no
Parcão da Rua Vinte e Quatro de Outubro.
E
vetam um Projeto como esse do Ver. Cassiá Carpes, que, modestamente, autoriza o
Executivo - faça se quiser - designando as limitações, identificando os bairros
da cidade de Porto Alegre. Só pelo caráter pedagógico: os nossos jovens
poderiam ver onde é o Bairro Três Figueiras, onde é a Nova Gleba, sem
preconceito de ricos e pobres, Ver. Zé Valdir.
Nós
vamos derrubar este Veto hoje. Infelizmente não vai acontecer nada, vai-se
esperar uma nova Administração, Vereador, porque o Projeto de V. Exª é um
Projeto autorizativo. Eles dizem: "Ora, como é autorizativo nós podemos
fazer se quisermos". Como V. Exª não cai nas simpatias da estrutura petista,
porque é um Vereador independente, não segue... e tem tomado essas atitudes,
tem denunciado o Governo da União, o Governo Lula da Silva, e não compactua com
esta aliança que o seu Partido quer fazer com o PT, que está fazendo com o PT,
então, certamente nós vamos derrubar o Veto e eles nunca vão colocar uma
indicação de definição de bairro na Cidade de Porto Alegre.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em votação o PLL nº 019/01. (Após a
apuração nominal.) APROVADO o Projeto por 18 votos SIM e 09 votos NÃO. Está Rejeitado o Veto.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1727/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 059/03, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que
institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o
patrimônio cultural do Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 01-03-04
(segunda-feira).
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Em discussão o PLL nº 059/03, com Veto
Total. (Pausa.)
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Srª Presidenta, para um esclarecimento,
indago a V. Exª se esse Projeto também está bloqueando a Pauta?
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Sim, desde o dia 1º de março de 2004 que
este Projeto está bloqueando a Pauta.
O
Ver. Carlos Pestana está com a palavra para discutir o PLL nº 059/03, com Veto
Total.
O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, a razão deste Veto ao Projeto da Verª Clênia Maranhão, na verdade,
está restrito, fundamentalmente, à questão de um problema de competência que o
Projeto estabelece, que acaba designando o EPAHC para fazer os registros
cadastrais, quando entendemos que o EPAHC não é o órgão adequado para a
realização desses registros.
Como achamos que a intenção do Projeto é meritória, uma vez
que somos favoráveis a que esses registros sejam feitos, estamos dispostos a
sentar com a Verª Clênia Maranhão, ao mesmo tempo em que vamos defender a
manutenção do Veto pela questão pontual que estou ponderando, para discutirmos
a constituição de um novo Projeto, em que esteja sanado esse tipo de problema.
Certamente terá o apoio não só da minha Bancada, mas também o apoio do
Executivo Municipal. Por essa razão, Ver. Wilton Araújo - que pertence à
Bancada da Verª Clênia Maranhão, que no momento não se encontra -, é que nós
concordamos com a idéia, com o sentido do Projeto; mas por uma questão de
imprecisão no ponto de vista da competência é que surgiu a motivação deste
Veto. Mas estamos abertos e temos o maior interesse, porque achamos que o
Projeto está correto quando propõe a necessidade dos registros desses
patrimônios. Infelizmente não foi possível produzir esse acordo durante o
andamento do processo, mas há, de nossa parte, o interesse em viabilizar uma
solução acordada com o conjunto deste Plenário.
O SR. CARLOS PESTANA: Acho que a ponderação que o Vereador
coloca, procede. Na verdade, houve, efetivamente, digamos assim, uma demora de
nossa parte para se manifestar sobre o Projeto. Ele acabou, em razão da questão
da competência de quem fará esse registro desses bens, sendo vetado. Mas a
proposta que a gente traz a esta Casa é a manutenção deste Veto e um posterior
compromisso do Executivo em encaminhar uma legislação, adequando essas questões
que foram destacadas no Veto apresentado pelo Executivo. Então, é nesse sentido
que eu venho aqui manifestar a vontade e o desejo da nossa Bancada referente a
esse Projeto de autoria da Verª Clênia Maranhão.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir o PLL nº 059/03, com Veto Total.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, um dos
melhores projetos que tem passado por esta Casa é o Projeto da Verª Clênia
Maranhão. Este Projeto visa a instituir o Registro de Bens Culturais de Natureza
Imaterial e abstrata que constituem o patrimônio cultural do Município de Porto
Alegre e dá outras providências.
O
que é esse patrimônio imaterial? Primeiro, colocam-se os saberes, os saberes
enraizados na sociedade, da forma do conhecimento, da forma do como fazer, da
forma da artesania e, a seguir, as celebrações, sejam em ritual religioso,
sejam sociais, como forma de expressão, de entretenimento e de vivência
coletiva.
Por
outro lado, estariam incluídas as formas de expressão, as manifestações literárias,
musicais, plásticas, cênicas e lúdicas. E os lugares: as feiras, os mercados,
os santuários, as praças e demais espaços que reproduzem práticas culturais
coletivas. Parece-me que este Projeto, talvez, seja um dos melhores projetos
que já passou por esta Casa. Porque, além de tudo, tem um investimento mínimo,
quase insignificante, quando se pode fazer, inclusive, o registro desse
material com os próprios funcionários do quadro, aproveitando os funcionários
do quadro, não necessitando de qualquer tipo de contratação.
Ele
é, indiscutivelmente, uma das maiores defesas do nosso patrimônio histórico e
cultural.
Ora,
um projeto dessa importância, um projeto dessa magnitude, com custo muito
próximo a zero, evidentemente tem de ser vetado, esse não presta, sabem por
quê? Porque não tem origem no Partido dos Trabalhadores! Esse Veto é, no
mínimo, absurdo; esse Veto é, no mínimo, privar a Cidade de Porto Alegre de uma
das coisas de que mais a Cidade se ressente. Quando nós vemos as nossas
edificações mais caras, mais estilizadas desaparecerem; quando nós vemos, Ver.
Dr. Goulart, a igreja do Menino Deus, em estilo gótico, maravilhosa, ser
transformada em um edifício que é um caixão quadrado, nós vemos o quanto é
obtusa e o quanto a municipalidade não tem exatamente isso que a Verª Clênia
Maranhão propõe, num momento de felicidade.
Todos
os dias vemos essa necessidade de cuidados, de reserva, de resguardo e de
proteção a esse patrimônio cultural fantástico que temos; e é vetado! Pois
conseguiram vetar este Projeto, com custo praticamente zero, com pessoal já
existente nos seus quadros! Um Projeto de estruturação apenas, sem nenhuma
outra conotação que não seja a reserva patrimonial. Pois exatamente este
Projeto foi vetado!
E
o argumento e o quadradismo dos meus versos,
que vai contra os intelectos que não usam o coração como expressão,
certamente dizem que isso não pode, é feio, é horrível, porque não foi feito
pelo Partido dos Trabalhadores, ou o Sr. Prefeito não quer, não tem outro
argumento num Projeto inteligente, num Projeto competentíssimo, que resguarda
não só as nossas tradições, não só as nossas verdades, não só o que vem do
passado para nós, de inteligente e de histórico, mas violenta as nossas
consciências, violenta a nossa vontade, e violenta a população da Cidade de
Porto Alegre.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Darci Campani está com a palavra
para discutir o PLL nº 059/03, com Veto Total.
O SR. DARCI CAMPANI: Cara Presidenta da nossa Casa, Verª
Margarete Moraes, voltamos ao mesmo assunto, não tem novidade nenhuma em
relação ao que falávamos há poucos minutos, só a interpretação que é dada. É
lógico, Vereador de Oposição vem aqui e põe o posicionamento de um Vereador de
Oposição, pelo menos, aqui, a gente sabe a posição de alguns Partidos que, em
nível nacional está bastante difícil de a gente entender, porque defendem ou
são contra. Nós temos tido uma linha e gostamos de ser apoiados quando a
maioria sente que as nossas propostas são corretas. A gente vai à procura de
apoios e todos são bem aceitos, mas alguns se portam como oposição raivosa,
oposição irracional, e oposição por oposição. De novo, um Projeto de Lei
autorizativo! Estranho que Vereadores que defendem que a gente tem de ter menos
leis, aqui, defendam Projetos de Lei autorizativos, que sabem que não têm
efeito nenhum sobre a realidade.
Não
é questão de ser amigo ou inimigo do rei;
trata-se de apresentar a proposta, e, se dentro da legalidade, saber fazer
valer a sua posição. Trata-se de Projeto de Lei privativo do Executivo, e, se a
pessoa realmente tem interesse, não só de fazer política, lançar um Projeto de
Lei para simplesmente vir aqui discutir, aprovar, e para, depois, constranger o
Prefeito a ter de vetar ou a ter de questionar a constitucionalidade na
Justiça. Se é para fazer política, bom, aí realmente a gente não quer resolver
o problema que está sendo, teoricamente, resolvido pelo Projeto de Lei, porque
fazer lei para não resolver nada, também não precisa.
Há
o Projeto de Lei do Executivo que está aqui no Legislativo e não se vota, desde
1998.
Há
seis anos o Projeto está tramitando nesta Casa e não se vota! Por que não se
vota? Quais são os interesses que há por trás daquele Projeto, que alguns
Vereadores acabam não permitindo a votação? Não é porque é amigo do rei, porque não é amigo do rei, são interesses concretos
que são defendidos, aqui nesta Casa, por Vereadores concretos. Só que tem de
vir aqui dizer, e não ficar se escondendo atrás de outras alegações. Não; tem
de dizer: sou contra o Projeto de Lei, acho que não deve ser votado por isso ou
por aquilo.
Este
Projeto de Lei é a mesma coisa: tem vício, determina exatamente o que cada
órgão faz, os prazos. Esse é um Projeto de Lei que deveria ter origem no
Executivo e não aqui no Legislativo. Já pedimos, até, a assessoria da Bancada
sobre quantas ações de inconstitucionalidade o Executivo tem ganho.
Na
semana passada, vim aqui com um jornal, comprovando mais uma Ação de
Inconstitucionalidade ganha pelo Executivo por um Projeto de Lei aprovado nesta
Casa. É essa a maneira de alguns fazerem política: perda de tempo, perda de
dinheiro público! Dinheiro público não pode ser usado para isso. Faz a lei e
sabe que não vai ganhar na Justiça e ficamos nós, aqui, debatendo.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Darci Campani, é o Executivo quem diz que é de ressaltar
que a matéria é tratada no referido Projeto de Lei. Em breve esse Executivo
estará enviando para a Casa Projeto de Lei que suprirá o vício de iniciativa.
Não seria mais simples fazer o que eu disse no início da Pauta: “Simplifica,
meu filho, simplifica!”? Já está pronto, deixa.
O SR. DARCI CAMPANI: Está pronto, mas não tem a cara do
Executivo, e o Executivo foi eleito para executar. Então, o que tem de fazer?
Se candidatar a Prefeito e tentar ganhar as eleições. O que acontece com a
Oposição é isso: ela está com muita saudade, faz muito tempo que ela não
administra a Cidade de Porto Alegre! Há 16 anos que ela não administra a Cidade
de Porto Alegre! Aposto que esse não é um assunto novo, nem esse e nem o das
placas.
Se
olharem para a Cidade de Porto Alegre, não há nada que diga que está se
entrando na Cidade de Porto Alegre. Já teve, e eu acho que deve ter sido o Ver.
João Antonio Dib, quando Prefeito, que colocou. Quando nós pegamos a Cidade de
Porto Alegre tinha, ao lado da ponte, um toten que dizia que você estava
entrando na Cidade de Porto Alegre. Nós pegamos aquilo ali completamente
sucateado pelo Governo que deixou a Prefeitura de Porto Alegre. E, agora, vêm
aqui falar que temos de botar placa. Quando administraram Porto Alegre, não
colocaram. É como o tratamento de esgoto, que lá, em Fortaleza, o PMDB faz
igualzinho ao que está sendo proposto aqui, mas lá pode e aqui não.
Então,
isso fica bastante claro, Srs. Vereadores, de que se trata de uma disputa
política e não querer resolver realmente os problemas da Cidade. Quando se quer
resolver, se vai ao Executivo, se trabalha politicamente sério e se resolvem
realmente os problemas com os seus projetos. Pode até pegar autoria, mas tem de
trabalhar dentro dos princípios constitucionais. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Antônio Prestes está com a palavra
para discutir o PLL nº 059/03, com Veto Total.
O SR. ANTÔNIO PRESTES: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes,
receba os meus cumprimentos e as minhas homenagens pelo Dia Internacional da
Mulher na pessoa de Vossa Excelência.
Senhores
Vereadores e Senhoras Vereadoras, meus colegas, obrigado pela boa recepção.
Assomo à tribuna para sustentar a derrubada do Veto do Sr. Prefeito. Eu
acompanhei a discussão e votação do Projeto anterior e fiquei pensando que os
Vereadores de Oposição, aqui, pelo que dá para ver, são a cabeça pensante do
Executivo. Nada é aprovado; tudo é derrubado, mas as idéias serão aproveitadas,
como nesse caso, por exemplo, deste Projeto meritório da Verª Clênia Maranhão.
Se é verdade, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, que, num primeiro momento,
poderia, sim, ter um vício de origem, não menos verdade é que ele foi sanado
pela própria autora do Projeto. Então, desaparecendo esse vício de origem, está
resolvido o problema, mas não. O Prefeito, por intermédio da sua assessoria,
folhas 56 a 59, usou quatro folhas de argumentos tentando nos convencer da
inconstitucionalidade do Projeto, que na verdade, não há. Porque direito é
bom-senso e o bom-senso manda fazer o quê? Aprovar este Projeto!
É
o próprio Executivo, na sua parte final, que diz que ele é inconstitucional,
que não pode tramitar e ser aprovado pela Câmara Municipal, mas que ele, por
meio da Secretaria da Cultura, o fará. Ora, mas então, para que tanto trabalho?
Como disseram o Ver. João Antonio Dib e o Ver. Cláudio Sebenelo: se nós podemos
simplificar, para que complicar, para que tanta burocracia? Por isso, Ver. João
Antonio Dib, é que nós, lá fora – e eu tenho condições de dizer isso, porque,
em quatro anos, desde que concorri à eleição, nesses quatro anos, assumi dois
dias, hoje é segundo dia que assumo a Câmara – ficamos observando isso aqui,
esse vai e volta, é tramitação de projeto para lá e para cá para, depois, o Sr.
Prefeito dizer: “Não, eu vou fazer”. Eu até penso, Ver. João Antonio Dib, que é
a única maneira de a Oposição ao Executivo votar alguma coisa e ser agraciada
com o seu Projeto é fazer, quem sabe, em parceria com um Vereador ou uma
Vereadora do PT. Será que aí não resolveria o problema? Pode ser que sim.
O Sr. Zé Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Meu caro Professor Antônio Prestes, eu concordo com o Ver. João Dib
quando diz “simplifica, simplifica!”. Porém, uma forma de simplificar é não
apresentar projetos que tenham vícios de iniciativas, projetos
inconstitucionais. E aí, não vai ter parceria com a Bancada do PT, porque esta
tem procurado não apresentar esse tipo de projeto, até por respeitar a
legislação superior, que é a própria Constituição. Essa é uma forma de
simplificar.
Então,
eu repito, como disse o Ver. João Antonio Dib: simplifica, simplifica!, não
apresentando esse tipo de projeto inconstitucional.
O SR. ANTÔNIO PRESTES: Eu agradeço pelo aparte do nobre
Vereador, mas continuo dizendo que de nada adianta! Se o Executivo não faz, a
Oposição tem de fazer alguma coisa! Se a Bancada do PT não faz, porque acha que
é inconstitucional, e se o Prefeito não faz, alguém tem de fazer e isso cabe à
Oposição.
O
Veto deste Projeto, meus nobres colegas, serviria, sim, para sepultar
diuturnamente os nossos valores maiores, as nossas culturas, nossas tradições,
os nossos costumes que, a cada dia, pelo dinamismo da nossa sociedade, os
acontecimentos passam, indo ao esquecimento. E, com isso, nobres Vereadores,
nós vamos esquecendo e vamos, como eu disse, sepultando os bens maiores de uma
sociedade, que fogem dos registros oficiais, para que as novas gerações – e,
por isso, este Projeto é importante –, que hoje se caracterizam pelas
pesquisas, possam encontrar nos anais dos livros dos patrimônios históricos a
história, possam resgatar a história do nosso Estado, do nosso Município e do
nosso País. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELLO (Questão de Ordem): Srª Presidenta, encontra-se na Ordem do
Dia a questão do voto da alíquota da Previdência Municipal. O pedido que eu
faço a V. Exª é no sentido de diligenciar junto ao Executivo para que viesse
aos autos, imediatamente, o cálculo atuarial dessa matéria, já que há o desejo
de votá-la. Eu não tenho nenhum problema em enfrentá-la, mas nós temos uma
questão básica, que é ver os cálculos atuariais - eu sei que isso estava em andamento.
Portanto, eu faço uma solicitação à Mesa - porque seria pior fazê-la quando nós
já estivéssemos discutindo ou encaminhando a matéria -, na data de hoje,
segunda-feira, porque, nesta semana, parece que há o desejo do Governo de
colocá-la em votação.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, eu só gostaria de
informar que os cálculos vieram junto com o Projeto, já estão presentes aqui na
Casa.
Eu
quero dizer que eu não refuto a Questão de Ordem do Ver. Sebastião Melo, porque
a entendo importante, mas esperaria que o tratamento dispensado ao Ver.
Sebastião Melo - que merece esse tratamento, e a questão que ele traz é
relevante - fosse o mesmo que aquele que o meu grande amigo, Ver. Elói
Guimarães, 1º Vice-Presidente desta Casa, exigiu quando eu fiz uma Questão de
Ordem para comunicar que a CPI estava suspensa.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Sebastião Melo, está
respondida a sua Questão de Ordem.
O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 059/03, com Veto
Total. Desiste. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº
059/03.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, esse Projeto de autoria da Verª Clênia Maranhão
que teve o Veto do Sr. Prefeito Municipal é um Projeto extremamente importante
do ponto de vista da memória e da história, e inteligente, porque ressentem-se,
de longa data, o Município e outras áreas administrativas de recolher – vejam
Vossas Excelências a profundidade dessa matéria – toda essa produção
intelectual, Ver. Juarez Pinheiro, gerada pela vida de relação que, num
determinado momento, determinadas sociedades, determinadas populações, a
própria civilização produz, que são os bens culturais imateriais. E quando se
fala em imaterialidade, se fala em algo que não se mantém ad eternum. Por exemplo: os nossos costumes, que não se podem
expressar numa obra, num monumento, eles podem, sim, ser recolhidos,
Vereadora-Presidenta - Vossa Excelência que se dedica à área da cultura; as
manifestações humanas e culturais nem sempre se expressam na materialidade. Se
não as recolhermos por meio de mecanismos como esse, Ver. Prestes - Vossa
Excelência que já chega aqui brilhando na tribuna pelo seu alento de grande
criminalista -, se não recolhermos esse material imaterial... Vejam, nós
devemos materializar a cultura imaterial por meio de um grande banco de dados,
um verdadeiro museu da inteligência, da memória, para que a posteridade e mesmo
a contemporaneidade possam ali buscar dados, informações, registros para o
desenvolvimento intelectual, para o avanço cultural e científico de uma
determinada população.
É
um grande Projeto este da Verª Clênia, porque tal é a riqueza cultural
imaterial de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul, Ver. Wilton Araújo, que nós
temos de correr, não há tempo para esperar, porque os acontecimentos vão se
desenvolvendo, a história vai caminhando e muitas coisas vão se perder na
estrada do tempo, na estrada da história. Então, nós precisamos recolhê-las.
Trata-se, portanto, de uma matéria extremamente importante e nós devemos hoje
derrubar este Veto. Depois, lá na frente, se algumas alterações se puder
provocar, e se deve provocar... O Prefeito pode vir também com um Projeto de
sua iniciativa, mas não podemos perder esta grande oportunidade, Ver. Wilton
Araújo, para trazer à memória, catalogar, sistematizar todas essas
manifestações das quais Porto Alegre é rica pela sua produção cultural. São as
nossas festas religiosas, os nossos acontecimentos sociais, de cunho histórico,
de cunho tradicional e nativista que nós precisamos recolher para construir
essa memória, para construir esse museu, esse museu da cultura invisível que
permanentemente Porto Alegre produz. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa relembra aos Srs. Vereadores e as
Sras Vereadoras que as Questões de Ordem, regimentalmente, devem
ater-se ao processo em discussão.
O
Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra, para discutir o PLL nº 059/03, com
Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Luiz Braz.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente e Srs. Vereadores, nós
ouvimos aqui, por parte do Ver. Darci Campani, uma ode aos 16 anos da Prefeitura. Eu sugiro ao Vereador que ele faça,
para discutir esse Projeto, exatamente o que eu fiz ontem: caminhar pela orla
do Guaíba e ver a cloaca a que está
reduzido o nosso lago e sentir o mau cheiro, o cheiro insuportável que há em
Ipanema, no Espírito Santo, na Serraria, na beira do Guaíba. É insuportável!
Aqui no Centro, inclusive, há um lodaçal. Eu fico com muita pena de ver um
Vereador do nível do Ver. Darci Campani chegar aqui e, da forma mais ingênua
possível, para não dizer outra coisa, da forma mais desavisada possível chegar
aqui e dizer que nesses 16 anos foi um portento, uma maravilha, e comparando a
Cidade de Porto Alegre com a Cidade na época de Alceu Collares. Ora, por favor!
Quando nós vemos uma administração vetar um Projeto desses, nós entendemos o
resto todo.
Realmente,
nós passamos a ver que a chamada inteligência
da Prefeitura nos tem feito, muitas vezes, passar vergonha. Numa cidade que
anunciou a tecnópole, o Distrito
Industrial da Restinga, que anunciou o sambódromo lá no Parque Marinha do
Brasil... então, todas essas barbaridades feitas, anunciadas e desmoralizadas.
Nós vemos assim no âmbito macro, lá no Governo Federal, o mesmo PT, que agora
começa a ser desmascarado, a não só perder o discurso, mas, quando tem alguma
oportunidade de se recuperar, como nesse Projeto...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Sebenelo, rogo a V. Exª
que se atenha à matéria em discussão.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Exatamente eu estou falando sobre a
matéria em discussão. Quando ele tem alguma oportunidade de se consagrar,
aceitando esse Projeto, ele faz exatamente o Veto.
Eu
sei que V. Exª não foi feliz dessa vez, mas lamento profundamente.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): V. Exª ainda não chegou ao assunto em
discussão, Ver. Sebenelo. Com todo o respeito que o senhor merece, eu gostaria
que o senhor se ativesse ao assunto em discussão.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Talvez a senhora tenha atingido a
perfeição e eu não tenha me dado conta. Mas, voltando ao assunto do Veto, nós
vemos que a Cidade de Porto Alegre, hoje, apresenta, culturalmente, essa
necessidade de ter, no seu acervo, uma reserva histórica dessa herdade
imaterial que a Cidade tem e que ainda não foi providenciada a sua confecção.
Se é para ser feito, para que demolir? Se alguma coisa que já está construída,
se alguma coisa que já está projetada, que inclusive no Veto diz que vai ser
feito exatamente como está o Projeto proposto, então o Ver. Darci Campani cai
na esparrela de confessar, publicamente, que não foi aprovado, porque não é do
Partido dos Trabalhadores, que não tem a fotografia do Executivo, senão ele
estaria aprovado. Então, ele passou a ser, na sua ingenuidade, réu confesso.
Pois
é exatamente isso que lamentamos, e vemos que assim como é tratado esse
assunto, outros assuntos são tratados. E por favor, aos domingos parem de andar
por Porto Alegre, porque ninguém agüenta mais o mau cheiro. Parem de andar na
Cidade, no Centro da Cidade, aqui pelo arroio Dilúvio, porque é uma das coisas
que mais envergonham a Cidade de Porto Alegre, esse formato dado hoje pelo PT e
seu estilo Petista de governar.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para
discutir o PLL nº 059/03, com Veto Total.
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, para que as pessoas que estão nos assistindo entendam, o Projeto que
está em discussão é um Projeto importante da Verª Clênia Maranhão, que institui
o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o patrimônio
cultural do Município de Porto Alegre. Não tem nada a ver com o que foi
discutido pelo Ver. Sebenelo, que parece não ter lido o Projeto e não sabia do
que se tratava. Eu acho que o Projeto da Verª Clênia Maranhão não merecia uma
defesa ao inverso como essa. Isso não é defesa, com umas três ou quatro defesas
dessas, é capaz de enterrar o Projeto da Verª Clênia Maranhão, porque é um
absurdo, ele falou de tudo.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Cláudio Sebenelo.)
O SR. ZÉ VALDIR: Vereador, eu lhe respeitei. Eu não sou
muito bom, mas eu procuro, com as minhas limitações, falar do tema, do assunto,
e quando eu não tenho assunto, quando eu não tenho argumentos para falar do
Projeto, eu não vou me inscrever para falar de outra coisa. Foi o que V. Exª
fez!
O Projeto da Verª Clênia Maranhão é um Projeto bom, tanto
que nós estamos dispostos, inclusive, a ver alternativas de viabilizar o seu
conteúdo. Agora, diferentemente do Veto anterior, que atropelava um Projeto que
já existia na Casa, o da Verª Clênia Maranhão, não tem esse problema, pois tem
conteúdo sério. Só há um detalhe: o Prefeito não pode abrir mão das suas
prerrogativas de vetar os Projetos que invadem a sua competência. É
simplesmente isso. Mas isso não significa que quando o Projeto é bom, como o da
Verª Clênia Maranhão, nós não podemos ver formas de viabilizar.
A matéria, o conteúdo do Projeto é o que interessa. Agora, o
Prefeito não pode abrir mão de suas prerrogativas de vetar os Projetos que
invadem a sua competência. Isso não é autoritarismo, meu caro Professor
Prestes, é, simplesmente, seguir aquilo que está na Constituição; os três
Poderes, cada um tem os seus limites, as suas prerrogativas. Quando o Executivo
veta um Projeto, ele está usando da sua prerrogativa. Isso não é ditadura,
porque no tempo da ditadura a qualquer momento o Executivo poderia intervir no
Legislativo, inclusive fechá-lo. Se os Projetos do Executivo não fossem
votados, eles eram aprovados por decurso de prazo, e tantos outros instrumentos
ditatoriais que havia para submeter o Legislativo.
Não
se trata disso, agora, vir fazer essa confusão. Quando o Prefeito utiliza-se de
uma prerrogativa sua para nós vetarmos, e quando o Projeto é bom, como o da
Verª Clênia Maranhão, ver outras formas de viabilizá-lo. Isso é tratar
seriamente o Parlamento. Agora, fazer tudo quanto é Projeto, invadir a
competência do Executivo e depois vir nesta tribuna dizer que, quando o
Executivo, no uso das suas prerrogativas, veta um Projeto desses, é
autoritarismo, é uma forma de enfraquecer esta Casa, de desmoralizar esta Casa,
porque, nas várias vezes em que esta Casa fez esse discurso, fez essas aventuras,
alguns Projetos acabaram no Judiciário. O Judiciário acolheu a tese da
Prefeitura e desmoralizou a Casa, porque ela fez Projetos absolutamente
inconstitucionais.
Meu
caro Ver. João Antonio Dib, realmente: “simplifica, simplifica”! Vamos
simplificar! O Projeto é bom, mas o Executivo, no uso da sua prerrogativa,
vetou o Projeto. O que nós queremos viabilizar? Uma autoria ou o conteúdo do
Projeto?
A
Verª Clênia Maranhão já é vitoriosa ao apresentar este Projeto, um Projeto
extremamente importante, nós reconhecemos. Mas não podemos querer que o
Prefeito abra mão da sua prerrogativa de vetar os Projetos quando eles invadem
a competência do Executivo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir o PLL nº 059/03, com Veto Total.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras, este Projeto da Verª Clênia
Maranhão é exemplar para que possamos dialogar sobre várias coisas que são importantes em um Parlamento.
O principal deles, de forma material, é reconhecermos, Ver. Reginaldo Pujol,
quando um parlamentar, principalmente um parlamentar da qualidade da Verª
Clênia Maranhão, apresenta um Projeto de grande consistência e repercussão.
A
Bancada do Partido dos Trabalhadores, ao contrário da forma com que o Ver.
Cláudio Sebenelo aqui se referiu ao nosso Partido, reconheceu, em todas as suas
intervenções, cara Presidenta - pessoa que dirigiu, e muito bem, por muitos
anos, a nossa Secretaria Municipal de Cultura -, Projetos como esse, quando se
comemora o Dia da Mulher, apresentado por uma parlamentar da qualidade da Verª
Clênia Maranhão. E causa espécie, principalmente nas palavras do Ver. Cláudio
Sebenelo, a sua imensa contradição na sua apologia, nesse ranço, nesse ódio que
tem da Administração Municipal.
Pois,
Ver. João Dib, vamos fazer um exercício e dialogar sobre esse Projeto da Verª
Clênia Maranhão. Quando o Orçamento Participativo vem a esta Casa e apresenta
as suas propostas para que sejam consideradas pelo Poder representativo, ou
seja, pela democracia representativa, o Ver. Cláudio Sebenelo e outros
Vereadores - mas uma minoria, com certeza - ficam imensamente rebelados “porque
o Orçamento Participativo quer retirar a competência do Poder eleito nas
urnas”.
Pois
o Ver. Cláudio Sebenelo, quando faz essa intervenção, eu acho que a faz, porque
anda nervoso, porque está insatisfeito com alguma coisa, porque capacidade
intelectual ele tem. Ética, eu sei que ele tem, também. Eu atribuo, Ver.
Cláudio Sebenelo, esse seu destempero atual a algum problema por que V. Exª
esteja passando. Não sei qual seria, porque eu sou testemunha, Ver. Sebenelo,
da sua honradez, da sua capacidade intelectual, e V. Exª, nos últimos dias, não
anda, realmente, confirmando isso. Porque V. Exª se arvora contra algo que
defende! Isso é uma coisa intestina, contraditória, Ver. Sebenelo! O Vereador
defende aqui, enfaticamente, o Estado Democrático de Direito. E se insurge
contra uma das suas bases! Ou seja, a divisão de Poderes!
Ver.
Sebenelo, organize o seu Partido, ganhe as eleições! Então, V. Exª imprima, no
Município, ou seja, em que ente que for, a linha de seu Partido! Vossa
Excelência quer vetar, porque anda se colocando acima do bem e do mal.
Primeiro, o Ver. Sebenelo; depois, o dilúvio.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Cláudio Sebenelo.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu já concedo o aparte. Não há nenhum
problema, Vereador; estou muito tranqüilo. Só um minuto, Vereador; eu não lhe
concedi o aparte ainda. Quero só completar a minha frase. Eu quero dizer que V.
Exª não verificou que a nossa Bancada prestigiou o Projeto da Verª Clênia
Maranhão. Nós, em nenhum momento, dissemos que o Projeto não era significativo.
Vossa Excelência faz ouvidos moucos. O que dissemos é que exercemos uma
competência constitucional e que um dos artigos principais do Projeto, que não
o fere de morte, de forma alguma, mas significativo, é que, além de invadir as
competências do Poder Executivo, ele tirava a substância do Projeto, mas V. Exª
quis fazer disputa partidária, quis antecipar o calendário eleitoral.
Então,
gostaria ao menos, Ver. Sebenelo, nós que o escutamos, que V. Exª escutasse as
nossas intervenções e não viesse aqui sair da Pauta e querer antecipar o debate
eleitoral. Nós respeitamos, sim, a Verª Clênia Maranhão, assim como respeitamos
V. Exª, sua integridade, só que V. Exª poderia se acalmar um pouco e o seu
brilho e a sua inteligência iriam emergir de forma mais clara.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Esse é o Ver. Sebenelo que conheço e
respeito. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Darci Campani está com a palavra
para discutir o PLL nº 059/03, com Veto Total, por cedência de tempo da Verª
Maria Celeste.
O SR. DARCI CAMPANI: Cara Presidenta, Ver. Ervino Besson, é que
nós, no final do mês, estaremos saindo da Câmara, tendo em vista que os
Vereadores que são hoje Secretários retornam a esta Casa.
Gostaríamos
até de deixar aqui as nossas homenagens e abraços a todos os colegas Vereadores
desta Casa, pelo período que estamos passando aqui nesta representação da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, mas realmente o Ver. Juarez Pinheiro
concluiu com o que não poderia ser diferente.
Esse
é o Ver. Sebenelo que podemos respeitar, mas discordamos radicalmente com os
seus posicionamentos apresentados aqui. Vim aqui falar, porque não havia como
não dizer, tentando não fugir do assunto, como o Vereador fugiu. Quem esteve no
Governo Federal, durante oito anos, e não investiu um centavo na Cidade de
Porto Alegre foi o Partido do Ver. Sebenelo que não conhece muito bem a Cidade
de Porto Alegre pelo jeito; se ele conhecesse, não viria aqui se arriscar a
dizer determinadas coisas. Pôde, durante oito anos, investir na cultura da
Cidade de Porto Alegre. Se ele é tão achegado às questões da cultura, se ele
acha tão importante defender a cultura, defender o meio ambiente, então por que
não investiram na Cidade de Porto Alegre? Durante oito anos em que estiveram
lá, a chavezinha do cofre estava nas mãos do Sr. Fernando Henrique Cardoso, que
é do Partido do Ver. Sebenelo, mas não quiseram; muito antes pelo contrário,
nós tivemos recursos, pedido aprovado pela Bancada Federal de todos os gaúchos.
Todos os Partidos foram lá e aprovaram uma Emenda ao Orçamento da União, e não
veio um centavo. Por que não veio um centavo durante o período que o Vereador
estava lá no Governo Federal, com as burras cheias de dinheiro? E podia lá
abrir um pouquinho o cofre federal e deixar pingar alguma coisa; nessa seca em
que a gente está, pingar alguma coisinha aqui na cidade de Porto Alegre e fazer
um projeto pela cultura da Cidade de Porto Alegre. Ele falou em meio ambiente,
em saneamento; poderia até falar do meio ambiente e do saneamento, mas também
não pingou nem um centavo, muito antes pelo contrário. O único cuidado,
exatamente o Presidente Lula está indo contra, é tirar o saneamento dos ditames
do Fernando Henrique Cardoso, aliás do FMI – que eram iguais -, tirar o
saneamento para fora, porque saneamento não é custo. Saneamento é saúde
pública, é dever do Estado investir em saneamento e o Fernando Henrique só ia
lá dizer: “Não, realmente, saneamento é custo e não poder ser financiado pelo
Estado, não pode ser financiado pela União, não se pode utilizar o dinheiro do
Fundo de Garantia”. E assinou lá que não se pode utilizar dinheiro do Fundo de
Garantia para saneamento. E Porto Alegre, durante os 8 anos de Fernando
Henrique, não recebeu um centavo para saneamento, porque era o acordo com o FMI
e para cultura também não.
Então,
isso é um projeto para área da cultura, Vereador do PSDB, do Partido do
Fernando Henrique, poderia durante esses 8 anos ter feito muito pela cultura da
Cidade de Porto Alegre, mas não fez. E vem aqui falar do mau cheiro da Zona
Sul. Realmente, o Vereador não conhece a Cidade, não sabe que nós estamos
passando, no Estado do Rio Grande do Sul inteiro, por uma estiagem que
inclusive está trazendo prejuízo. Parece que o pessoal do arroz - quem conhece
agricultura – gosta, porque é o período da colheita do arroz; para o pessoal da
soja essa seca começou um pouquinho cedo demais, acabou prejudicando a colheita
da soja, estamos passando por uma estiagem muito pesada.
E
é só olhar o rio, eu moro a 500 metros do rio, a gente vê que está passando por
uma estiagem, e há uma floração de algas. O rio está verde, está bonito, está
lindo, quando a gente desce , ali em Ipanema, o rio está muito bonito porque
está verde, mas, infelizmente, quem mora ali perto e conhece um pouco do
assunto sabe que é porque o rio está cheio de algas, não está aquela maravilha
que a gente gostaria que estivesse, tanto é o Projeto da Ponta da Cadeia para
resolver o problema maior da Cidade de Porto Alegre que é a Ponta da Cadeia,
mas o mau cheiro se dá pela presença de algas, pela estiagem que nós estamos
passando.
Mas
também podemos, e aceitamos tranqüilamente recursos do Governo Rigotto, para
vir ajudar no saneamento da Cidade de Porto Alegre. Podemos aceitar e vamos
fazer essas discussões, não para um megaprojeto aqui do Cais do Porto, que só
visa a beneficiar a iniciativa privada, mas vamos lá aplicar naquilo que
realmente a Cidade de Porto Alegre precisa, de maior quantidade de tratamento
de esgoto, de maior quantidade de saúde para nossa população, com um posto de
saúde a cada quilômetro, gostaríamos de ter muitos postos de saúde a cada
quilômetro na Cidade de Porto Alegre.
Nesse
sentido encaminhamos a favor do Veto do Sr. Prefeito, para que a gente possa
resolver o vício de origem. Só para não me esquecer, Vereador que esteve aqui
antes, Suplente de Vereador, que, realmente, é do Partido que sempre foi
maioria no Congresso. Por que não mudaram a Constituição? Vamos facilitar?
Vamos. Então, quem era a maioria no Congresso poderia ter mudado a Constituição
e não teríamos essa discussão hoje aqui. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Não havendo mais quem queira discutir
está encerrada a discussão.
O SR. ZÉ VALDIR: Eu solicito verificação de quórum, Srª
Presidente.
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Eu solicito a liberação do painel para
que se proceda à verificação de quórum.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, eu só queria voltar à
tona com aquela matéria respondida pelo Ver. Juarez Pinheiro, quero dizer que a
Diretoria Legislativa já me repassou os cálculos. Só que...
A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador...
Não
há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h21min.)
* * * * *